Preços ao produtor encerram setembro com queda de 2,41%

Os produtos com maiores altas no mês foram tomate para mesa, feijão, soja e café

seg, 06/10/2008 - 11h05 | Do Portal do Governo

O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que abrange os preços pagos ao produtor, encerrou setembro com queda de 2,41%. Os produtos de origem vegetal (IqPR-V) e os de origem animal (IqPR-A) apresentaram queda de 2,34% e 2,60%, respectivamente. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento IEA/Apta/SAA).

No acumulado dos últimos 12 meses, os resultados mostram valorização de 21,76% no IqPR. Para os produtos vegetais, o aumento chegou 16,90%, e no IqPR-A foram registradas as maiores altas (33,33%). Desconsiderando-se a cana-de-açúcar, os resultados ficam ainda maiores, sendo 35,54% para o IqPR e 36,09% para IqPR-V. “Isso significa que a queda dos preços nas últimas quadrissemanas ainda não representa a prática de preços inferiores aos verificados no mesmo período do ano passado e mesmo do início de 2008”, dizem os pesquisadores.    

Para o acumulado no ano de 2008 (janeiro a setembro), o IqPR está com variação positiva de 7,13%, sendo 3,47% para o IqPR-V e 15,99% para o IqPR-A. E sem o cálculo da cana, o IqPR tem uma variação maior e vai para 10,07%, enquanto que o IqPR-V sobe um pouco e fica em 3,61%.

Os produtos com maiores altas em setembro, em comparação ao mês anterior, foram tomate para mesa (54,17%), feijão (12,32%), soja ( 4,81%), café (3,03%) e carne suína (2,55%). “O expressivo aumento do preço do tomate é conseqüência do clima quente em agosto, que favoreceu a produção e deixou as cotações do produto num patamar bem baixo”, explicam Eder Pinatti, Raquel Sachs, José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves e Luis Henrique Perez.

Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços no mês de setembro foram batata (47,57%), trigo (20,05%), laranja para indústria (16,14%), banana nanica (15,70%), ovos (9,11%), laranja para mesa (8,80%) e o milho (8,16%).

A queda do preço da batata é conseqüência da boa produção no período, em virtude do clima favorável. Já para o trigo e a laranja para indústria, a queda dos preços internacionais tem influenciado o mercado interno. O mesmo ocorre para o milho, associado à boa disponibilidade. A banana teve aumento de oferta, proporcionada pela maior precipitação pluviométrica e da umidade relativa do ar (o que favoreceu o desenvolvimento dos cachos), e da colocação no mercado interno do produto catarinense que seria destinado à exportação para a Argentina (o que já vinha ocorrendo em meses anteriores e provocava o equilíbrio de preços entre os mercados interno e externo, impedindo maiores altas ao consumidor brasileiro).

Na comparação dos preços de setembro de 2008 com setembro de 2007, ou seja, em 12 meses, dos produtos analisados, 13 tiveram variações positivas do preço pago ao produtor e apenas seis apresentaram queda (todos do grupo vegetal). As principais altas ficaram por conta de produtos básicos no item alimentação, na ordem: o feijão (95,96%), carne suína (55,10%), a carne bovina (48,86%) e o arroz (36,58%). Já as maiores variações negativas foram verificadas na batata (-36,65%), trigo (-26,61%) e na banana nanica (-15,16%). “Assim, ainda que as tendências dos preços agropecuários sejam de queda nas últimas quadrissemanas, os patamares ainda são mais elevados que no ano passado”, analisam os pesquisadores do IEA.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento