Policiais têm cursos sobre técnicas não letais de abordagem

O curso é oferecido apenas pra sargentos; uma turma de 26 alunos termina curso este mês

ter, 21/08/2007 - 15h23 | Do Portal do Governo

O CCFO (Centro de Capacitação Física e Operacional da Polícia Militar do Estado de São Paulo) oferece desde 2004 cursos de especialização para os policiais, além de cuidar dos treinamentos físicos da corporação. Um dos cursos oferecidos é o de Técnicas Básicas de Utilização de Equipamentos Não-Letais. Nele, os alunos são orientados a lidar com situações que vão desde uma abordagem individual até casos mais extremos, como a contenção de tumultos e distúrbios civis. Dentre os equipamentos, há aulas sobre sprays de gás pimenta e munições químicas (como balas de borracha e bombas de efeito moral), por exemplo. Além disso, têm aulas de defesa pessoal.

O curso tem 167 horas-aula e é formado por sete matérias principais, entre aulas teóricas e práticas. O tenente Rubens Faria Silva, instrutor do curso, explica que, dentro da parte teórica, os policiais têm aulas sobre direitos humanos, sistema operacional e gerenciamento de crise. Neste último, adquirem conhecimentos sobre como lidar com situações de tumulto por meio do diálogo. “Foi o caso aplicado na estação da Luz durante a greve dos metroviários que ocorreu no início do mês de agosto, quando os policiais tentaram acalmar as pessoas e controlar a massa sem a utilização de equipamentos” conta Rubens.

A maior parte das horas-aula é dedicada às técnicas de utilização de equipamentos não-letais, literalmente. Segundo o tenente Rubens, os policiais aprendem a mexer com instrumentos como spray de gás pimenta, bombas de efeito moral e munições de borracha, por exemplo. “São aulas práticas realizadas em locais abertos onde os instrutores ensinam a forma correta de se utilizar tal arma, qual o seu efeito, a que distância da vítima o policial deve estar, em que posição deve ser acionada, em que situações e quais os critérios para usá-las”, afirma.

Uma das matérias trata exclusivamente do uso do bastão Tonfa, um equipamento de defesa semelhante ao cassetete. É uma arma oriental trazida pela polícia do Japão e tem uma técnica diferente do cassetete, pois é em formato de L. O policial pode o utilizar como um escudo, posicionado no prolongamento do antebraço, quando vai ser agredido por alguém com um pedaço de pau ou uma faca, por exemplo. Apesar de ser um mecanismo de defesa, o bastão também serve para golpear, da mesma forma que um cassetete.

Na grade curricular, também constam aulas de defesa pessoal, com maior ênfase às mobilizações táticas utilizando articulações chaves como os dedos e as mãos. Os professores também ensinam alguns golpes de artes marciais, principalmente de judô.

Essas técnicas são importantes para abordagens individuais, quando os policiais encontram um cidadão mais agressivo, que esteja causando algum problema e precise ser imobilizado. “Temos algumas técnicas que podem imobilizar sem causar lesão ou ofender a integridade física do indivíduo”, afirma Rubens.

A edição atual do curso, que termina no final deste mês, tem 26 alunos e é oferecida apenas para sargentos. Regiane Ribeiro Teixeira trabalha no 35 BPM-M, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, e é a única mulher do curso. Para ela, as aulas de imobilização “são de grande utilidade para poder conter pessoas agressivas sem trazer maiores transtornos ao policial”.

Serviço

No final de cada ano, a diretoria de ensino da Polícia Militar solicita às unidades da corporação que os policiais manifestem interesse na realização dos cursos a serem realizados no ano seguinte. Com base nessas solicitações de vaga, são convocados os PMs que se inscreveram antecipadamente.

Quem quiser mais informações sobre este ou algum outro curso oferecido pelo CCFO, pode entrar em contato no telefone 3229-3622 ou comparecer à sede que fica na avenida Cruzeiro do Sul, 548, São Paulo/SP.

Daniel Cunha

Da Secretaria Estadual de Segurança

(I.P.)