PM faz até parto durante a 11ª Operação Saturação na capital

Além da segurança, corporação levou AO Jardim Rio Claro tratamento odontológico e Poupatempo Móvel

ter, 14/10/2008 - 9h03 | Do Portal do Governo

A Polícia Militar do Estado de São Paulo divulga balanço da 11ª Operação Saturação por Tropas Especiais, no Jardim Rio Claro, na região de São Mateus, zona leste da capital. Durante 99 dias, de junho a setembro, a PM realizou no bairro 50.170 buscas pessoais, fiscalizou 884 pontos de comércio, vistoriou 8.295 veículos e 13.407 motos, apreendeu 203,426 quilos de entorpecentes, 24 armas e 640 munições. Prendeu ainda 141 pessoas em flagrante e outras 31 foragidas da Justiça. Foi a mais longa de todas as ações do tipo até agora.

A Operação Saturação, realizada desde 2005 em bairros diferentes da cidade, objetiva combater o tráfico de drogas, roubos, furtos e fazer a prevenção de outros crimes. Também oferece assistência social, como tratamento odontológico, juizado intinerante, veículo do Poupatempo Móvel, para emissão de documentos, palestras sobre assuntos domésticos e ambientais e atrações infantis. Participam da iniciativa todas as unidades da PM.

Moradores do Jardim Rio Claro presenciaram ações cinematográficas de soldados em helicópteros, viaturas da Rota, homens da Tropa de Choque, do Gate, do Corpo de Bombeiros e até da Cavalaria. A cada dia, aproximadamente 400 policiais encontravam-se em trabalho no bairro, ocupando área de 37 quilômetros quadrados e atendendo a 338 mil pessoas.

Noventa dias antes, a PM levantou números da criminalidade no bairro, com dados do Infocrim, para compará-los com aqueles após a operação. Constataram-se, então, quedas de 33% no número de veículos roubados, igual redução em homicídios, 27% em tentativas de morte e 45% a menos de veículos localizados abandonados na região, famosa por desova de carros roubados. Em geral, os delitos caíram 40%.

A PM instalou uma tenda no bairro, para funcionar como quartel-general. Pelo local, passaram 289 crianças que se submeteram a exames odontológicos, por mais de uma vez. “A estrutura que montamos foi para mostrar que não queremos maltratar ninguém, mas retomar a ordem e a segurança que o Estado deve proporcionar à população”, explica o capitão Alberto Malfi Sardilli, do Policiamento de Choque. No Rio Claro, houve até um parto feito por homens do Comando de Operações Especiais (COE).     

Segredo total – Sardilli garante que a operação é preparada sigilosamente. No início, a população se surpreende com o gigantesco aparato policial que surge de repente. Depois, ao longo do tempo, os moradores se acostumam. No início, a PM toma conta da região, monta seu QG, viaturas se instalam em pontos determinados, tropas de choque percorrem ruas e vielas, visitam residências e explicam a importância da ação. Quem presencia a chegada das tropas imagina tratar-se de uma operação de guerra. Porém, o capitão Sardilli prefere usar a expressão ‘tomada tática’. “Não há guerra, não há inimigo específico. Apenas uma operação de segurança, para mostrar a presença do Estado, reduzir a criminalidade e atender às pessoas carentes”. 

Mapa da vulnerabilidade – A escolha do bairro é feita com a ajuda de informações de entidades estaduais e municipais que elaboram o chamado Mapa da Vulnerabilidade Social. Participam o Centro de Estudos da Metrópole (da Fundação para o Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp) e a Secretaria de Assistência Social, da prefeitura paulistana. Os dados são enviados à tropa de choque, numa seção denominada Geo-referenciamento e Informações Espaciais, onde quatro policiais trabalham com computadores para gerar relatórios e mapas temáticos, coloridos, de até um metro quadrado.

Todo o procedimento de ocupação é baseado neste material. Durante a operação, diversas informações sobre o bairro e moradores são acrescentadas em versões digitais dos mapas. O capitão não revela dados sobre a próxima Operação Saturação. Mas adianta que a PM já possui mapas e informações prontos sobre três regiões propícias à ‘tomada tática’. Isto não significa, porém, que uma delas seja o próximo alvo.

Bairros atendidos

  • Paraisópolis (julho/agosto 2005) – 42 dias
  • Elba/Tamarutaca (agosto/outubro 2005 – 48 dias
  • Pantanal (outubro/dezembro 2005) – 53 dias
  • Guarujá (janeiro 2006) – 25 dias
  • Parque Novo Mundo (fevereiro/abril 2006) – 44 dias
  • Jardim Colombo II/Buraco Quente (maio/julho 2006) – 61 dias
  • Morro do Samba (julho/agosto 2006) – 51 dias
  • Taipas (setembro/novembro 2006) – 72 dias
  • Elisa Maria (março/junho 2007) – 81 dias
  • Alba (setembro/dezembro 2007) – 93 dias
  • Rio Claro (junho/setembro 2008) – 99 dias

Raio X –  O objetivo do programa conjunto (Operação Saturação) entre Estado e município é promover a qualidade de vida com segurança, a partir da teoria de que a violência não pode ser resolvida somente com repressão policial. É necessário também promover a inclusão social da população, por meio de programas, obras e serviços. O início é a entrada das tropas policiais para garantir a segurança das pessoas. Depois, Estado, prefeitura e ONGs, sob a coordenação da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, se articulam para levantar o diagnóstico da região.

Com a colaboração da comunidade, são planejadas iniciativas na saúde, educação, revitalização urbana, cultura, cidadania, trabalho, saneamento, pavimentação e outras melhorias. A primeira Virada Social teve início em maio do ano passado, no Jardim Elisa Maria, na Vila Brasilândia.

Da Agência Imprensa Oficial