Pesquisadora do IEA discute seguro rural em congresso

O evento é organizado pelo Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo.

qua, 01/10/2008 - 8h45 | Do Portal do Governo

A pesquisadora Rejane Cecília Ramos, do Instituto de Economia Agrícola, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (IEA/Apta/SAA), faz palestra sobre seguro rural no 13º Congresso dos Corretores de Seguros (Conec), que será realizado de 2 a 4 de outubro no Anhembi, em São Paulo. O evento é organizado pelo Sindicato dos Corretores de Seguros, Empresas Corretoras de Seguros de Saúde, de Capitalização e Previdência Privada no Estado de São Paulo (Sincor).

Rejane vai falar sobre a evolução e o potencial de crescimento do seguro rural no Brasil. “O seguro rural é um mecanismo de política agrícola importante, que permite melhorar e proteger a atividade agropecuária, por meio de prevenção e da redução de riscos, do incentivo a novas culturas e de estímulo ao emprego de novas práticas de cultivo. No entanto, o seu emprego em nosso País ainda é incipiente, embora haja um grande potencial a ser explorado”, diz.

Em 2007, foram segurados apenas 3,84% da área cultivada, observa Rejane, mas esse mercado vem crescendo, com as medidas que o Governo Federal e o Estado de São Paulo vêm tomando, com a concessão de subvenção ao prêmio do seguro. “Houve um aumento significativo de 96%, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A subvenção passou de R$ 31,12 milhões em 2006 para R$ 60,96 milhões em 2007”.

Segundo a pesquisadora do IEA, o destaque foi a cultura da soja, com 46% do valor da subvenção, num total de R$ 27,92 milhões. Em seguida, aparecem a maçã, com 18% (R$ 10,84 milhões); o milho, com 14% (R$ 8,30 milhões); a uva, com 8% (R$ 4,78 milhões); e o trigo, com 6% (R$ 3,75 milhões). As demais culturas representam 9% do valor subvencionado (R$ 5,38 milhões).

São Paulo foi o terceiro Estado a acessar o seguro rural, com 4.605 operações, um capital segurado de R$ 376,7 milhões e um prêmio arrecadado de R$ 16,9 milhões. Em primeiro lugar, aparece o Paraná, com 37% do valor da subvenção, seguido do Rio Grande do Sul (14%).

O objetivo do programa de subvenção ao prêmio é reduzir o custo do seguro para que maior número de produtores possa utilizá-lo, conforme Rejane. “Dessa forma, aumenta-se a massa crítica, ocorrendo uma pulverização dos riscos. Proporcionam-se, assim, condições para que um maior número de seguradoras privadas possa entrar de forma sustentável neste mercado”.

Participam do programa de subvenção seis seguradoras privadas: Aliança do Brasil, Seguradora Brasileira Rural, Nobre Seguradora do Brasil, Mapfre Vera Cruz, Seguradora S/A, Allianz Seguros S/A e a Porto Seguro Cia de Seguros. O melhor desempenho foi o da Aliança do Brasil (55%), que tem vinculado o seguro aos financiamentos de custeio concedidos pelo Banco do Brasil.

Um dos desafios é fazer com que o produtor rural internalize a necessidade de contratar esta modalidade de seguro, considerando-o como instrumento de gestão de risco. “Outro é preparar cada vez mais o setor para aumentar a oferta de produtos de seguro em todas as regiões produtoras, capacitar profissionais para atuar na regulação dos sinistros e criar um banco de dados e o Fundo de Catástrofe em substituição ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural”, afirma a pesquisadora.

Outras informações sobre o evento podem ser encontradas no site www.sincorsp.org.br.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento