Órgãos estaduais prestigiam fórum internacional em Holambra

Evento terá a participação da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, por meio de estandes e palestras

ter, 19/06/2018 - 20h26 | Do Portal do Governo

A cidade de Holambra, no interior paulista, recebe até a próxima sexta-feira (22) as atividades do VII Fórum Internacional de Plasticultura e Tecnologia Agrícola. O evento ocorre desde esta segunda-feira (18) no Centro de Convenções da prefeitura e é realizado simultaneamente à 25ª edição da Hortitec (Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas).

Em 2018, o fórum conta com a participação da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio de palestras de pesquisadores. A agência terá estande com um equipamento inédito que permite a produção de plantas aromáticas e medicinais dentro de casa, além da tecnologia de controle biológico para controle do ácaro-rajado em rosas, orquídeas, crisântemos e gérberas.

Protótipo

Durante o evento, será apresentado pela startup Aeropônica, o Instituto Agronômico (IAC) e a Apta Regional um protótipo de aparelho que permite a produção de hortaliças folhosas, pimentas, plantas aromáticas, bem como de batata-semente para cultivo dentro de casa sem o uso de solo.

“Por meio da utilização de luz artificial e nebulização, é possível produzir diversos tipos de planta, inclusive aquelas que são utilizadas no dia a dia para o preparo das refeições. O princípio é a utilização da técnica chamada de aeroponia, desenvolvida em São Paulo pela Apta para a produção comercial de batata-semente”, explica o pesquisador do IAC Thiago Factor.

A aeroponia consiste no cultivo de planta sem a necessidade de solo ou substrato. No sistema, as raízes ficam suspensas no ar e o vegetal é alimentado por nebulização de gotículas de água carregadas de nutrientes.

A Apta adaptou a tecnologia para produção de batata-semente em São Paulo. Por meio desse sistema, é possível produzir quatro vezes mais batata-semente, utilizando 90% menos de água. “Essa é uma tecnologia já adotada por alguns produtores paulistas. Estamos agora adaptando para que ela seja utilizada em domicílios, por pessoas que nunca cultivaram uma planta”, acrescenta o pesquisador.

Parceria

Vale destacar que o projeto recebeu financiamento de R$ 160 mil do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A parceria entre a startup, o IAC e a Apta Regional surgiu após o proprietário da Aeropônica, Alex Humberto Calori, finalizar o doutorado na Pós-Graduação do IAC em Agricultura Tropical e Subtropical, além do estágio na unidade de pesquisa de Mococa.

“Percebi que havia demanda de produtos customizados de hidroponia e aeroponia para ambientes internos. O conhecimento obtido na época do estágio, no mestrado e doutorado no IAC contribuiu para consolidar os sistemas de produção, o que foi fundamental para o desenvolvimento desse produto inovador”, destaca Alex Humberto Calori.

Esse foi o primeiro projeto da Pós-Graduação do IAC a receber financiamento do programa da Fapesp. “Além da pesquisa básica, a pós-graduação do Instituto Agronômico trabalha com pesquisa aplicada, que visa ao desenvolvimento de produtos e processos passíveis de obtenção de propriedade intelectual e de serem trabalhados em uma empresa”, avalia Luis Felipe Villani Purquerio, pesquisador do IAC que foi orientador de Alex Humberto Calori no mestrado e doutorado.

Tecnologias

O Instituto Biológico (IB) também levará ao fórum as tecnologias para controle do ácaro-rajado em plantas ornamentais, como rosas, orquídeas e gérberas. Os trabalhos garantem o controle efetivo da praga, por meio do uso mínimo de defensivos agrícolas. Os trabalhos promoveram a redução em até 70% de acaricidas para o cultivo de gérberas e crisântemos e até mesmo a eliminação do uso dos produtos em rosas e orquídeas.

As pesquisas do IB envolveram os floricultores da região de Arujá, um dos principais polos de floricultores do Estado. Os empreendedores da região enfrentavam problemas para controlar o ácaro-rajado, que ataca plantas ornamentais como orquídeas, gérberas, crisântemos e rosas. O uso constante de acaricidas estava selecionando os ácaros resistentes, diminuindo drasticamente os efeitos do produto.

“Com aplicação exclusiva de produtos químicos, alguns produtores estavam obtendo níveis de controle abaixo de 20% para diversos acaricidas. A adoção de estratégia de manejo do IB, incluindo o controle biológico, possibilitou o controle efetivo da praga, acima de 80% de eficácia, com o uso mínimo de acaricidas”, revela Mário Eidi Sato, pesquisador do Instituto Biológico.

“As participações em eventos como esse são muito importantes, pois aproximam a pesquisa dos produtores e de todo o setor produtivo, uma recomendação do governador Márcio França”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Francisco Jardim.