Pacientes que sofrem de gastrite e úlceras de estômago e duodeno têm à disposição um novo exame para o controle da erradicação do Helicobacter pylori, ou H. pylori, bactéria causadora desses problemas de saúde. O teste realizado no Instituto Central do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), obteve amplo sucesso.
É uma alternativa à endoscopia, não tem contra-indicação e pode ser realizada em crianças, grávidas e mulheres que amamentam.
Indolor, o teste dispensa anestésico e acompanhante, tem resultado imediato e é mais barato.
O exame de nome complicado, teste respiratório da uréia marcada com carbono 13, é realizado em 30 minutos e custa seis vezes menos que uma endoscopia convencional. Substitui o teste respiratório da uréia marcada com carbono 14, restrito a pessoas com mais de 21 anos, gestantes e mulheres que estejam amamentando.
A bactéria H. pylori é diagnosticada por exame de endoscopia. O tratamento é feito com o uso de antibióticos. Depois de dois ou três meses, é preciso realizar novos exames para saber se ela foi eliminada do organismo. O novo teste poderá substituir, durante o tratamento, a desconfortável endoscopia.
Como funciona – O teste respiratório consiste na ingestão de 75 mg de uréia, marcada com carbono 13 e misturada com suco de laranja ou maçã. Dentro do estômago, a uréia entra em contato com substância gerada pelo H. pylori. A reação produz bicarbonato e amônia. O bicarbonato penetra na corrente sangüínea e é expirado pelo pulmão na forma de CO2 marcado.
Antes de ingerir a substância, o paciente sopra dentro de uma bolsa de alumínio com tampa. Em seguida, toma o suco com a uréia e 30 minutos depois sopra novamente em outra bolsa. As bolsas são conectadas ao equipamento, que faz a leitura do material recolhido. O resultado do exame sai em 3 minutos.
A única exigência é parar de tomar a medicação receitada pelo médico para o tratamento da doença e não consumir antibiótico 30 dias antes da realização do teste. O Laboratório de Provas Funcionais do Aparelho Digestivo, do Serviço de Gastroenterologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas, faz 60 testes por mês.
Para realizar o procedimento, o primeiro passo é marcar consulta na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência. Se o médico solicitar o teste respiratório, deve-se agendar o exame no call center da Secretaria de Estado da Saúde.
Para o diretor-executivo do Instituto Central do HC, Carlos Suslik, a grande vantagem desse exame é que não há restrições, é melhor para os pacientes, para os profissionais que manipulam o material e para a instituição, que economizará: “Os recursos poderão ser aplicados em benefício dos pacientes do Sistema Único de Saúde.”
Do Instituto Central do HC
(M.C.)
