No Campo de Marte, Papa celebra missa e canoniza Frei Galvão

Um milhão de pessoas assistiram à cerimônia

sex, 11/05/2007 - 12h50 | Do Portal do Governo

Às 2 horas da madrugada desta quinta-feira, 11, cerca de 200 mil pessoas já aguardavam a abertura dos portões do Campo de Marte. Quando o dia amanheceu, a multidão beirava o 1 milhão de fiéis a postos para ver a celebração da canonização de Frei Galvão presidida pelo Papa Bento XVI que está no Brasil por ocasião da abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, que será realizada em Aparecida, domingo, 13.

Os fiéis cantavam e agitavam lenços e bandeiras enquanto aguardavam a chegada do pontífice. Por volta de 9h30, muita comoção na chegada de Bento XVI, que desfilou de papamóvel entre o público.

O governador do Estado, José Serra, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, compareceram à missa. “O meu sentimento é de muita alegria com a presença do Papa pelo terceiro dia no nosso Estado de São Paulo. E vou, inclusive, acompanhá-lo amanhã em Guaratinguetá e domingo em Aparecida”, disse Serra. Sobre a canonização Serra declarou que “é motivo de muito orgulho espiritual ter um santo que nasceu, pregou e fez toda a sua obra social aqui.”

Milagres do Frei Galvão

Em 1938 foi iniciado o processo de beatificação e canonização de Frei Galvão. O processo foi reaberto solenemente em 1986 e concluído em 1991 tendo como postuladora a Irmã Célia Cadorin, que participou da missa nessa manhã. “O Papa João Paulo II disse um dia que o Brasil precisa de santos. Se hoje eu encontrasse com ele, diria que o Brasil tem muitos santos só que ainda temos de trabalhar para que sejam canonizados”, disse.

Além de ter sido vice-postuladora da canonização de Irmã Paulina, irmã Célia cuida atualmente de outros 23 processos brasileiros. Ela orgulha-se de ter conversado 14 vezes com João Paulo II, que carinhosamente a chamava de “Paulina Galvão”.

Em 1997 foi promulgado o decreto das virtudes heróicas de Frei Galvão passando a ser chamado de venerável. No ano seguinte, João Paulo II reconheceu, por meio de decreto, o milagre para a beatificação que foi a cura da menina Daniela Cristina da Silva, que, na época do milagre, tinha quatro anos.

Em 1990, a criança estava internada no hospital Emílio Ribas em São Paulo, com hepatite A fulminante, além de 8 complicações e 2 infecções hospitalares das mais graves. Daniela tomou a pílula de Frei Galvão e foi curada.

O Papa Bento XVI reconheceu, em 2006, outro milagre para a canonização de Frei Galvão. Sandra Grossi de Almeida e seu filho Enzo de Almeida Gallasassi foram os beneficiados com o milagre. A mãe sofria de malformação do útero que impedia que a gravidez chegasse ao final.

Depois de tomar a pílula de Frei Galvão, a gravidez chegou a 32 semanas e nasceu Enzo. Este foi outro caso cientificamente inexplicável em seu conjunto.

Regina Amábile