Na catedral da Sé, Papa reúne-se com bispos, o último compromisso na Capital

Depois de três dias de importantes compromissos e atividades em São Paulo, o Sumo Pontífice participou de seu último compromisso na capital, um encon

sex, 11/05/2007 - 18h57 | Do Portal do Governo

 Depois de três dias de importantes compromissos e atividades em São Paulo, o Sumo Pontífice participou de seu último compromisso na capital, um  encontro de oração e trabalho com os 424 bispos brasileiros na Catedral da Sé. Antes de sua chegada, a atmosfera da catedral era de muita emoção e expectativa, com os sinos repicando incessantemente.

Minutos antes das 16h, ele deixou o mosteiro de São Bento, onde ficou hospedado, e se dirigiu de papamóvel para a Sé. No trajeto, foi saudado de forma emocionada por milhares de paulistanos que aguardavam há horas sua passagem.  O centro de São Paulo literalmente parou para ver o santo padre passar.

Chegou na catedral às 4h em ponto, germanicamente, e rezou na capela do Santíssimo. Música sacra foi executada pelo Coral Lírico Municipal e o Coral Paulistano, em conjunto com a Orquestra Sinfônica Heliópolis, formada por jovens que vivem na maior favela da cidade. Em seguida, monges de São Bento entoaram o canto gregoriano.

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),dom Geraldo Lyrio Rocha, agradeceu a visita do papa e lhe deu as boas-vindas em nome dos 424 bispos e arcebispos e dos oito cardeais brasileiros. Disse que os brasileiros recebem o papa com amor e querem ouvir suas orientações para que “a igreja do Brasil permaneça fiel ao Evangelho”.

Dois salmos de David, o 40o e o 45o  foram cantados,  e o Magnificat, canto em louvor da Virgem Maria, entoado. Às 16h40, o papa liderou a reza do Pai-Nosso com os bispos.

Depois, fez importante pronunciamento para cerca de 400 bispos, arcebispos e cardeais de todo o Brasil. Bento XVI começou por agradecer a calorosa acolhida e as orações dos bispos e do povo brasileiro. Disse sentir-se em casa em São Paulo. Ao mesmo tempo, reconheceu que a Igreja Católica enfrenta tempos difíceis, não só no Brasil, mas em todo o mundo.

“Agradeço a Deus por ter me permitido encontrar com um episcopado de prestígio como o brasileiro, que está à frente de uma das mais numerosas populações católicas do mundo”. Enfatizou a necessidade de os bispos liderarem o novo esforço de evangelização. Citou como desafios a este trabalho o “agressivo proselitismo das seitas” e as investidas “do agnosticismo, do relativismo e do laicismo”. Para ele, “os pobres são os destinatários privilegiados deste esforço de difundir o Evangelho”. Criticou a “cultura relativística e consumista” e o “déficit histórico de desenvolvimento social”, marcado por um “imenso contingente de brasileiros vivendo em situação de indigência e desigualdade na distribuição de renda, que atinge patamares muito elevados.” Concluiu a parte do pronunciamento dedicada aos assuntos sociais dizendo que os cristãos têm de se esforçar para “dar um rosto humano e solidário à economia”

Ao fim de sua fala, foi aplaudido de pé pelos bipos e demais presentes. Cumprimentou os músicos. Rezou mais uma vez na capela do Santíssimo da Catedral da Sé e embarcou no papamóvel para seu último percurso na capital, rumo ao Campo de Marte, para seguir, de helicóptero, para Aparecida.

M.S.A.