Metrô: Maioria dos usuários da Linha 1-Azul é da Classe Média

Pesquisa constata que usuário padrão dessa linha tem renda individual de 5,8 salários mínimos e nível universitário em ascensão

dom, 25/06/2006 - 18h41 | Do Portal do Governo

A classe social predominante na demanda da Linha 1 – Azul (Jabaquara – Tucuruvi) é a média, com renda familiar de R$ 10,3 salários mínimos e renda individual de 5,8 salários mínimos.

A constatação foi obtida em pesquisa, elaborada recentemente, com coleta de dados em agosto e setembro de 2005, pela Gerência de Operações do Metrô. A enquete, denominada “Caracterização Socioeconômica dos Usuários e seus Hábitos de Viagem – Linha 1” é realizada a cada dois anos e analisa as transformações ocorridas na sociedade, sejam elas econômicas, sociais, urbanas ou demográficas, em virtude de seu impacto nos deslocamentos dos usuários.

Embora no período de 2003 a 2005 tenha se verificado uma pequena recuperação do rendimento médio da população, a renda média familiar dos usuários da Linha 1-Azul do Metrô registrou variação negativa de -4%. O fato pode ser atribuído ao empobrecimento da classe média e às políticas sociais implementadas pelo governo federal, que propiciaram o acesso da população de baixa renda ao transporte.

Com base no Censo de 2000, estudos de economistas paulistas apontam que a participação da classe média na População Economicamente Ativa – PEA teve um decréscimo de 10 milhões de pessoas, entre 1980 e 2000, sendo que 70% tiveram seu padrão de vida rebaixado e 30% ascenderam socialmente.

Outra hipótese que explicaria o aumento do percentual de usuários mais pobres é o crescimento da parcela que recebe, dos seus empregadores, o custeio do transporte para ir ao trabalho, além da queda do desemprego. Isso deixa evidente que o acesso ao transporte público pela população de menor renda depende, em grande parte, desse auxílio, já que esse item tem peso expressivo nas despesas das famílias com baixo rendimento (24% do salário mínimo no valor de R$ 300,00).

Perfil Socieconômico

Na Linha 1 – Azul observou-se ligeiro crescimento da quantidade de usuários com idade mais avançada, em detrimento dos usuários mais jovens, refletindo o processo de envelhecimento da população e o decréscimo da taxa de natalidade. O número de mulheres na demanda desta linha equipara-se a dos homens (50%). Em 2004, a proporção de mulheres que se integrou ao mercado de trabalho alcança o maior patamar desde 1985, sendo que o índice de mulheres inseridas no setor de serviços supera o dos homens.

Outro dado significativo é o aumento expressivo do percentual de usuários com nível universitário, enquanto decrescem as parcelas dos níveis de ensino médio completo e fundamental. Esse fenômeno decorre dos programas de financiamento que viabilizam o acesso à universidade e da exigência de maior qualificação pelo mercado de trabalho.

Apesar do ligeiro aumento do segmento de baixa renda nesta linha, não houve impacto nas profissões exercidas pelos usuários. Elas ficaram praticamente estáveis, mas aumentou o contingente de pessoas com registro em carteira, fato que reflete o que vem acontecendo na Região Metropolitana de São Paulo. O ramo de atividades que sofreu pequena alteração foi o comércio, que teve um aumento do percentual de ocupados, o que pode explicar, em parte, o acréscimo de usuários com renda até quatro salários mínimos.

Hábitos de Viagem

Não foram verificadas alterações significativas quanto aos hábitos de viagem dos usuários da linha. A maioria utiliza o Metrô com freqüência de cinco dias ou mais na semana e realiza duas viagens ao dia. Entre os que utilizam esse transporte nos dias úteis, o percentual de uso nos finais de semana chega a 17%.

A investigação sobre os hábitos de finais de semana revela que mais de 1/3 dos usuários da Linha 1 – Azul (cuja média de entradas nos dias úteis totalizou 709 mil usuários no período da pesquisa) costumam ficar em casa, 11% deles trabalham e os demais têm outros hábitos. Para realizar as atividades externas, as conduções mais mencionadas são o metrô (35%), carro (31%) e ônibus (28%).

Da Assessoria de Imprensa do Metrô

C.C.