Meio Ambiente: Recomposição florestal recupera represa da região de Votuporanga

Plantio de 4 mil mudas de 60 espécies vai aumentar a vazão de água e evitar assoreamento, o que beneficiará a aqüicultura

seg, 12/06/2006 - 12h50 | Do Portal do Governo

Pau-brasil, jerivá, peroba-rosa, cedro, paineira, ipê (roxo, amarelo e branco) e ingá são algumas das 60 espécies que os pesquisadores do Pólo Regional de Votuporanga da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) selecionaram para recompor a mata de cabeceira da nascente da represa localizada dentro do pólo. As 4 mil mudas plantadas, no início de março, abrangem ainda árvores frutíferas como goiaba, acerola, pitanga, caju e tamarindo.

Com o plantio das mudas, espera-se aumentar a vazão de água, evitar o assoreamento e beneficiar a aqüicultura, a fauna e a flora da região, explica o pesquisador científico da Apta, Sergio Schalch. O Projeto de Recomposição Vegetal teve início a partir da constatação da acentuada queda da quantidade de água das represas da região por três anos consecutivos. “As experiências com organismos aquáticos poderiam ficar comprometidas se nada fosse feito”, esclarece. No local, são construídos cativeiros escavados e em tanques-rede com peixes nativos (pacu, piapara) e exóticos (tilápia do Nilo).

Recomposição vegetal 

Os resultados do projeto de recuperação das represas poderão ser observados após três anos do plantio das árvores. Por ora, as mudas estão em fase de desenvolvimento e precisam de cuidados especiais, informa Schalch. Quando atingem o crescimento esperado, “as árvores fortalecem a proteção do solo, o que leva ao aumento da vazão da água e acaba com o assoreamento da nascente”, acrescenta.

Outra vantagem da recomposição vegetal apontada pelo pesquisador é que a introdução de mudas de árvores nativas vindas de outras regiões contribuirá para o aumento da variabilidade genética e trará benefícios à fauna e à flora. Ele acrescenta que se o projeto for bem sucedido poderá ser aplicado em outras represas que estejam com problemas de assoreamento, com baixo índice pluviométrico ou sem vegetação.

“Plantamos árvores de diferentes espécies e provenientes de outras regiões, o que aumenta o ‘pool genético’. Outro cuidado foi selecionar todos os grupos: temos exemplares das pioneiras, secundárias e tardias, o que traz maior sustentabilidade à vegetação. Além disso, há árvores frutíferas que atraem a fauna e disseminam as sementes”, diz Schalch.

Para fazer o reflorestamento, os pesquisadores científicos estabeleceram parceria com a ONG Flora Tietê, que fez a doação de mudas para a recuperação da área de 1,7 hectare. O plantio foi feito com a colaboração de alunos do Colégio Técnico Agrícola de Votuporanga e de funcionários da Apta, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Além da preservação do meio ambiente, o plantio das mudas oferecerá aos produtores um banco de sementes que poderão ser utilizadas em suas propriedades.

Claudeci Martins

Da Agência Imprensa Oficial