Locomotivas antigas atraem público na Estação Brás

Em dois dias de exposição 6 mil pessoas assinaram o livro de visitas

ter, 28/10/2008 - 18h04 | Do Portal do Governo

Os passageiros da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que passaram pela Estação Brás no último final de semana embarcam em uma verdadeira viagem ao passado da ferrovia brasileira. Em comemoração dos 150 anos da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), a CPTM e a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) organizaram uma exposição de trens antigos que ficaram estacionados na plataforma. Voluntários caracterizados com uniformes da década de 50, receberam os visitantes, dando um charme especial ao evento.

Em dois dias de exposição 6 mil pessoas assinaram o livro de visitas. As pessoas não escondiam o entusiasmo e não perderam a oportunidade de se fotografarem ao lado das locomotivas, com câmeras de celulares: “Quero mostrar isso aos meus avós. Tenho certeza que eles devem ter andado em algum desses modelos”, brinca a secretaria Larissa Carvalho Silva.

A enfermeira Joana Machado, que passava na estação com os filhos Ricardo e Yasmin, conheceu a locomotiva a vapor 353, mais conhecida como “Velha Senhora”, fabricada no Estados Unidos em 1927. “Muito legal saber como eram os trens antigamente, principalmente para percebermos o quanto evoluímos. Outra coisa que achei interessante foi conhecer uma locomotiva que só vimos em filmes ou novelas”, observou Joana.

Mas, não foram só os usuários que aproveitaram o evento. Funcionários antigos e atuais também gostaram da exposição. Exemplo disso é a família Castrezana, que tem duas gerações de serviços prestados nos trilhos. O precursor foi o senhor Antônio Castrezana Sanches, 68, hoje aposentado, que dedicou 28 anos de trabalho na ferrovia. Como encarregado de estação, trabalhou em Mogi das Cruzes, Poá e Aracaré, na época ainda pela Rede Ferroviária Federal S/A. Em 1988 aposentou-se como empregado da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). “Tive interesse em trabalhar com trens porque era o melhor emprego da época. Pagava muito bem. Sinto saudades dos amigos e dos bons salários. De fato, era feliz e não sabia”, lembra o simpático senhor.

Já o segundo da família a ser pego pela “febre dos trilhos” foi Antônio César Castrezana, 44, atualmente maquinista das Linhas 11 – Coral (Luz – Guaianazes) e 12 – Safira (Brás – Calmon Viana). Com 24 anos de ferrovia, ele fez parte da última turma de maquinistas formada pela CBTU. Presente desde o começo da CPTM, Antônio comenta sobre a evolução da empresa nestes 14 anos. “O número de passageiros é muito maior do que era antigamente. Com isso, a empresa teve que evoluir, principalmente modernizando trens e estações”, diz. E, ao que tudo indica, até o filho de Antônio César, o garoto Guilherme dos Reis Castrezana, 14, pode ser o próximo a se dedicar à vida ferroviária. “Acredito que trabalhar na CPTM poderá ser um bom emprego para mim”, fala o jovem.

Fábio S. Barbosa, diretor da ABPF e um dos organizadores do evento, foi outro satisfeito com a exposição. “Imaginávamos uma situação e, no fim, acabou superando nossas expectativas. O mais interessante foi ver a curiosidade que a mostra despertou nas pessoas”, enfatiza.

Além da locomotiva a vapor 353, outras três composições fizeram parte da mostra: a locomotiva V8, construída em 1938, e os vagões nº 19, construído no final da década de 20, e o Pullman Standard, que é da metade do século passado.

Mostra fotográfica

A mostra é composta por aproximadamente 40 fotos. E fica no Espaço Cultural CPTM até a próxima quinta – feira, 30. Nela, os usuários poderão ver as principais estações da linha, locomotivas e trens a partir do marco zero da EFCB, a Estação D. Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, até a antiga Estação Roosevelt, em São Paulo (atual Estação Brás).

Da CPTM