Justiça do Trabalho determina fim da greve dos metroviários

Tribunal Regional do Trabalho considera greve abusiva e metroviários decidem retomar operação do sistema

sex, 03/08/2007 - 21h24 | Do Portal do Governo

A Justiça do Trabalho, em decisão tomada na tarde desta sexta-feira, decretou abusiva a paralisação do Sindicato dos Metroviários. O Tribunal Regional do Trabalho reconheceu que os metroviários descumpriram acintosamente a determinação da Justiça de manter 85% da frota em funcionamento no horário de pico e 60% nos demais horários.

A Justiça também determinou a volta imediata ao trabalho dos grevistas, que poderão ser substituídos se descumprirem novamente a decisão judicial. Também foi determinado o corte do ponto nos dias parados e uma multa de R$ 100 mil para cada dia de greve.

O Metrô sempre esteve aberto para negociar as reivindicações dos metroviários e jamais se portou de forma intransigente. Só nessa negociação específica foram apresentadas pelo Metrô três propostas, todas recusadas pelo sindicato.

O salário médio no Metrô hoje é de R$ 3.600, e nenhum funcionário ganha menos que R$ 1.150. Nas férias, recebemabono mínimo de 75%, que pode chegar a 90%, o triplo do que é previsto em lei. Contam com previdência privada e um excelente plano de saúde. Metade do 13º salário é pago antecipadamente em janeiro.

Todo ano, recebem reajuste salarial acima da inflação. Em 2007, por exemplo, o reajuste foi de 4,35%, contra uma inflação acumulada de 3,33%.

O que se discute agora é o recebimento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Em abril desse ano, eles já receberam o PLR de 2006. Agora, querem um adiantamento do PLR de 2007. O metrô fez três propostas, que foram rechaçadas pelo sindicato.

Esta é a terceira vez que os metroviários param neste ano. Em 23 abril, a categoria parou contra a Emenda 3, que é de âmbito federal e trata de um assunto absolutamente alheio às relações de trabalho no Metrô: a contratação de pessoa jurídica sem vínculo empregatício. Em 14 de junho, foi por causa da campanha salarial. Nesta ocasião a empresa concedeu 4,35% de reajuste e 3,09% nos benefícios. Desta vez, a greve é para antecipar a participação nos resultados que a empresa atingir no final de 2007.

Agora fazem uma greve política, que tem como pano de fundo uma disputa interna da categoria. É preciso deixar claro que em setembro realizam-se as eleições no sindicato, e dois grupos radicais, com ligações partidárias, disputam o comando da entidade.

Diariamente três milhões de pessoas utilizam o Metrô para se deslocar na cidade. São trabalhadores e muitas vezes pessoas simples que não possuem outra forma de se transportar na capital.

O Metrô lamenta as conseqüências do movimento grevista, e mantém a sua posição de não permitir que a população de São Paulo seja desrespeitada pelo Sindicato dos Metroviários para a obtenção de mais privilégios.