IPT participa de projeto voltado ao tratamento de resíduos sólidos urbanos

Ação coordenada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas no município de Bertioga será aplicada em iniciativa-piloto

qui, 02/08/2018 - 19h11 | Do Portal do Governo

O projeto de pesquisa RSU Energia, batizado como “Reciclos”, coordenado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) na cidade de Bertioga, foi apresentado no mês de julho para autoridades estaduais e municipais. Os gestores conheceram os quatro módulos de separação e tratamento de resíduos sólidos urbanos.

Vale destacar que as quatro unidades são voltadas à segregação na fonte (recicláveis, orgânicos e rejeitos), triagem mecanizada, biodigestão anaeróbia e tratamento térmico. Os equipamentos serão usados em uma iniciativa-piloto de um bairro da cidade do litoral paulista.

Alternativas

Iniciado em novembro de 2015, o projeto é uma demanda da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa tem importância estratégica na melhoria das políticas públicas, de modo a auxiliar os municípios na escolha de alternativas tecnológicas para o lixo.

“A estrutura montada em Bertioga representa um sonho de uma equipe para trazer tecnologia aos municípios e melhorar a qualidade de vida”, ressalta Cláudia Echevenguá Teixeira, coordenadora do projeto e diretora do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.

“Esse é um projeto não somente para o município, mas para todo o Brasil. O lixo é um problema para todas as prefeituras. Os custos são altos, desde a coleta até a destinação final”, destaca o prefeito de Bertioga, Caio Matheus.

“Temos o privilégio de ter hoje a planta-piloto. Os dados coletados aqui serão usados para conhecer as tecnologias adequadas para minimizar ou solucionar o problema, pois não se pode esquecer da proximidade do fim da vida útil do aterro da região”, completa.

Inclusão

Os dados técnicos gerados na planta permitirão oferecer parâmetros de desempenho e avaliação da eficiência dos processos. O sistema foi concebido visando inclusão social, com a triagem e separação operadas pelos trabalhadores da cooperativa local.

A população atendida no projeto-piloto da Vila Itapanhaú é de cerca de 2 mil pessoas, com geração aproximada de duas toneladas de resíduos por dia. As iniciativas do primeiro módulo, voltado à segregação na fonte de origem, abrangem a instalação no bairro de quatro contêineres azuis para descarte de recicláveis, 16 verdes (para orgânicos) e 16 cinzas (para rejeitos).

É importante frisar que serão entregues também, em cada residência, pequenas lixeiras de 15 litros para a separação do lixo orgânico, no total de 501 unidades. Os recicláveis serão destinados para a Cooperativa de Sucata União de Bertioga (Coopersubert). Já os orgânicos passarão por processo de biodigestão e compostagem. Os rejeitos, que são os materiais sem possibilidade de reaproveitamento, seguirão para o aterro sanitário.

Equipamentos

A planta de triagem mecanizada terá capacidade de processamento de 500 kg por hora e poderá funcionar seis horas por dia. Orgânicos, combustíveis derivados de resíduos (CDRs) e plásticos são os materiais estimados como os maiores volumes a serem separados por um sistema que inclui uma estação rasga-sacos e um separador magnético, bem como outros aparelhos.

Além disso, o terceiro módulo, de tratamento biológico de resíduos orgânicos, empregará o método da biodigestão anaeróbia, com uma redução da massa da Fração Orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos estimada em 43%, além da produção de digestato (material fertilizante) e de biogás.

Por fim, o quarto módulo inclui a instalação de um incinerador de pequeno porte, que poderá coletar e analisar todas as emissões (gases, cinzas e líquidos) do processo de queima para um dado resíduo.

“A concepção do sistema prima pela redução de resíduos, aumento da segregação de resíduos e reciclagem. A valorização energética está sendo também contemplada nos módulos de biodigestão anaeróbia e processamento térmico de rejeitos”, explica a coordenadora do projeto e diretora do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT, Cláudia Echevenguá Teixeira.