Funcionário do IPT em trabalho de campo
Após oito anos desenvolvendo um projeto de um equipamento que fique acoplado ao vagão ou à locomotiva, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) já disponibilizou a tecnologia no mercado para consultoria no setor. O sistema foi produzido em parceria com a Lynx Tecnologia.
O aparelho tem tamanho semelhante ao de um modem normal de internet e fica dentro de uma embalagem de aço, do tamanho de uma caixa de sapatos. Depois é acoplado embaixo dos vagões para coletar dados como temperatura das rodas, aceleração, pressão dos freios, solicitações nos vagões e correntes elétricas nos geradores das locomotivas. Com essas informações as operadoras podem melhorar o desempenho dos trens sem comprometer a segurança operacional.
Hoje, a cada mês ou quinzenalmente, técnicos do IPT têm que trocar a bateria do aparelho e colher os dados. Mas em seus últimos estudos, o objetivo é que o sistema recarregue com a energia disponível no próprio veículo e que as informações sejam acessadas de qualquer aparelho com internet.
Antes, coletar esses dados, era necessário o deslocamento de 11 funcionários do Instituto, que se revezavam dentro da cabine da locomotiva (que tem cerca de 6m², com temperatura elevada). O pesquisador João Carlos Sávio Cordeiro, do Laboratório de Equipamentos Mecânicos e Estruturas, comentou quais as facilidades desse novo sistema.
“Quando a equipe estava dividindo o espaço da operação com o maquinista, percebíamos que o trabalho dele estava sendo influenciado, porque ele tomava mais cuidado nos procedimentos. O trabalhador via os equipamentos, os pesquisadores, e achava que aquilo era uma auditoria. Quando os pesquisadores deixaram a locomotiva, os maquinistas voltaram a operar os trens da forma como sempre fizeram, que era o que o cliente queria. Ou seja: o dispositivo permitiu um retrato muito mais fiel da situação”.
Do Portal do Governo do Estado
