Iniciativa da USP estuda a diplomacia científica no território brasileiro

Projeto do Instituto de Relações Internacionais tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

ter, 21/08/2018 - 19h01 | Do Portal do Governo

Um projeto do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), analisa como a diplomacia científica de um país tem influência no desenvolvimento e na inovação em diversas áreas da tecnologia.

“A questão central do estudo é ver o que o Brasil tem feito para internacionalizar as políticas de ciência e tecnologia dentro da agenda de política externa”, diz a diretora do IRI, Janina Onuki.

Aluna de doutorado e pesquisadora do Centro de Estudos das Negociações Internacionais (Caeni-USP), Amanda Domingues investiga o tema e se concentra na avaliação de Estados Unidos e Reino Unido. “Meu trabalho se concentra nesses dois países, com maior produção e prestígio internacional no setor. A problemática gira em torno do fato de que eles, bastante desenvolvidos e com opiniões semelhantes a respeito de questões de política externa, possuem diversas formas de implementar estratégias de diplomacia científica”, explica.

Envolvimento

A estudante também analisa o envolvimento da comunidade acadêmica em relação ao assunto. “A participação da comunidade científica no processo político é necessária para que um país desenhe uma estratégia nacional para diplomacia e a implemente de acordo com o que foi decidido”, acrescenta Amanda Domingues.

Janina Onuki ressaltou os principais objetivos do projeto que conta com a participação da Fapesp. “Buscamos pensar conceitualmente o que é diplomacia científica, pensar o que o Brasil tem feito, do ponto de vista institucional, isto é, de relações institucionais, de relações com universidades de fora, de termos de iniciativa domésticas, lançamentos de editais voltados para internacionalização da ciência e tecnologia”, afirma.

“É o primeiro passo para uma colaboração mais estreita, com a finalidade de investigar a história da colaboração científica e ações diplomáticas entre América Latina e Europa”, revela Amanda Domingues.

“O que a USP e os ministérios agora também estão preocupados, e que é o interesse do nosso projeto, é tentar entender o impacto disso e daí propor políticas nessa linha da internacionalização da ciência e tecnologia, que chamamos de diplomacia científica, tal como os países desenvolvidos fazem”, completa Janina Onuki.