O desempenho de pneus agrícolas e de carga (novos e reformados) é o tema do workshop que acontecerá no dia 28 de julho, no Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (CEA/IAC), em Jundiaí. O evento será destinado aos profissionais que atuam em usinas, fabricantes, professores e alunos de universidades e demais interessados.
Um dos focos do workshop – que já foi realizado em Sertãozinho, Campinas e Jundiaí – são os pneus com duas ou três reformas, em geral usados por usinas de açúcar e álcool e outras empresas. “A durabilidade do pneu é influenciada pela manutenção da pressão de trabalho, da carga transportada, condições do terreno, declive, deslocamento da máquina, velocidade, manutenção da máquina ou veículo e correção dos problemas encontrados”, diz o pesquisador Jair Rosas, um dos coordenadores do evento.
A reforma dos pneus prolonga a vida útil, adia o descarte e protege o meio ambiente. “Pneus velhos são focos de mosquitos, promovem disseminação da dengue e demoram centenas de anos para degradar, representando risco à população e à natureza. A Resolução 258 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 26 de agosto de 1999, tornou obrigatória a destinação final dos pneus de forma ambientalmente correta”, explica.
A recapagem também traz outros benefícios ambientais. São necessários 28 barris de petróleo para produzir matéria-prima para fabricar um pneu novo. Para a recapagem de um pneu são utilizados nove barris. É que essa operação emprega apenas 25% do material utilizado na produção de um pneu novo. “Hoje, podemos considerar que a indústria de reforma de pneus é a maior atividade de reciclagem do mundo”, diz o pesquisador.
A reforma é uma prática aplicada por todos os países, principalmente no Primeiro Mundo. “O Brasil é o segundo mercado mundial de reforma de pneumáticos e possui nível técnico de padrão internacional. Em pesquisa realizada com usuários de tratores e máquinas agrícolas, 66% deles informaram que têm o hábito de reformar. Destes, 89% responderam que estão satisfeitos e para 82% dos entrevistados, o motivo principal da reforma foi o custo”, afirma Jair Rosas.
Segundo o pesquisador, um pneu de caminhão, de trator ou máquina agrícola pode ser recapado até cinco vezes. Esse procedimento depende das condições a que foi submetido – há casos de até oito reformas. “Para as estradas brasileiras recomenda-se entre duas e três reformas”, avalia Jair Rosas.
Os pneus usados em aviação podem ser reformados até sete vezes, A recapagem pode representar de 20% a 40% do preço de um pneu novo, conforme a empresa executante da reforma – 30% é o percentual mais encontrado. Nos Estados Unidos, essa relação chega a 40% do custo.
A reciclagem de pneus pode resultar em produtos como tapetes de automóveis, artefatos de vedação e amortecimento, solados de sapatos, composição de capas de asfalto, pisos industriais, argamassas para construção, contenção de encostas, canalização de córregos, drenagem de gases em aterros sanitários e queima em fornos industriais.
Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento
