Os desafios e as soluções para o processo de gerenciamento de resíduos orgânicos foram temas de debate nesta segunda-feira (18), em seminário promovido pela Coordenadoria do Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), ligada à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Públicas e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Denominado “Diálogos sobre agronegócios e gestão de resíduos orgânicos”, o evento teve o objetivo de reunir especialistas ambientais, gestores públicos, empresários e sociedade em geral para a análise sobre os desafios do setor. Vale destacar que a abordagem integra as discussões a respeito da Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecida pela Lei Federal nº 12.305, de 2010.
“A política nacional traz a premissa de responsabilidade e compromisso com a sustentabilidade. Esse passo é muito importante para avançarmos nesta importante política pública”, ressaltou o deputado federal Arnaldo Jardim, em vídeo.
Desafio
Para o secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, Francisco Jardim, o diálogo é fundamental para apontar soluções às questões ambientais. “O gerenciamento de resíduos é um grande desafio também para a agricultura paulista. O Estado tem desenvolvido ações efetivas, com as orientações do governador Márcio França, e dessa forma me sinto satisfeito, como cidadão, em fazer parte da construção histórica do processo de discussão”, afirmou.
Segundo o coordenador da Codeagro, José Valverde, o debate sobre a área deve ocorrer de forma intersetorial. “Quando tivemos a proposta da Abrelpe em promover o encontro, não tivemos dúvidas em abrir o espaço para a discussão. É preciso avaliar a destinação dos resíduos, para evitar o desperdício e a contaminação do solo e de modo que possamos promover a produção de alimentos saudáveis para todos”, analisou.
O coordenador lembrou que 51% dos resíduos gerados em todo o Estado são orgânicos, o que revela os desafios de promover a conscientização ambiental e mostrar o valor agregado que existe nesse descarte de forma incorreta.
Coleta
A apresentação da analista do Departamento Técnico da Abrelpe, Fernanda Romero, revelou dados sobre a geração e coleta de resíduos no Estado. De acordo com a especialista, são geradas 214,5 mil toneladas por dia, com a coleta diária de 195,4 mil toneladas. “Não sabemos a destinação da diferença entre o que é gerado e o que se capta nas cidades”, destacou.
“Estamos pautados no Plano Agricultura de Baixo Carbono, já pensando nos impactos ambientais”, avaliou o diretor-técnico do Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA), Diógenes Kassaoka, que apresentou o panorama da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento.
A mensagem dos técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, representada pelo coordenador de Planejamento Ambiental, Gil Scatena, tem foco na percepção do Plano Estadual de Resíduos Sólidos para as próximas três décadas. “A nossa meta é que, em 2030, possamos gerar menos resíduos, com previsão para em torno de 98 toneladas diariamente. O plano caminha na perspectiva de construção de ações futuras, mas que dependerá de ações integradas”, alertou.
