Futuros oficiais recebem espadins e iniciam o curso de formação da PM

Para ingressar na Academia do Barro Branco, candidatos enfrentaram concorrido vestibular da Fuvest

sáb, 26/05/2007 - 11h10 | Do Portal do Governo

Mais de 3 mil pessoas prestigiaram ontem a cerimônia de entrega de espadim (miniatura de espada) a 180 jovens que ingressaram no curso de formação de oficiais da Academia de Polícia Militar (PM) do Barro Branco. Esses cadetes, como são chamados os novos ingressantes do curso de oficiais, venceram a dura jornada de aprovação no concorrido vestibular da Fuvest. A turma recém formada chama-se Ordem e Progresso e não é composta por nenhuma mulher.

Nas provas da Fuvest do ano passado havia 21 candidatos por vaga (C/V) para o curso de oficial da PM. Para se ter uma idéia, a disputa foi tão acirrada quanto às dos cursos de Arquitetura (19,43 C/V), Direito (21,5), Editoração (20,53), Enfermagem (18,98) e Turismo (20,33) da Universidade de São Paulo (USP).

Além das duas fases da Fuvest, eles foram avaliados numa terceira etapa, com testes físicos, mentais e de antecedentes criminais. O governador José Serra, que entregou o espadim ao primeiro colocado do curso, Víctor Oliveira Guerra, ressaltou que em nenhum lugar do Brasil a formação de um oficial de polícia é tão sólida quanto em São Paulo.

O paraninfo da turma, secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, lembrou que há exatos 41 anos, em 1966, nesse mesmo local (Academia do Barro Branco), ele era um jovem cadete, que sonhava chegar ao cargo de oficial da PM do Estado de São Paulo.

“Aqui fiz amigos e passei momentos importantes da vida. Recebi aprendizado e conhecimento, marcas que carrego até hoje. Portanto, sei da emoção que os senhores 180 futuros oficiais estão sentindo”, disse o secretário.

O espadim, uma pequena espada, que os alunos oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco ostentam do lado esquerdo da cintura, começou a ser utilizado pela corporação em 1936. Retrata os ideais de justiça e é empunhado para representar a autoridade do Estado na atuação em favor da sociedade.

O curso de formação de oficiais dura quatro anos e inclui 53 disciplinas que versam sobre Direito, Criminologia, Administração e conduta profissional, além de estágios, visitas e palestras.

Após quatro anos na Academia, os formandos chegam ao posto de aspirante a oficial. Durante um ano após a formatura, treinam na rua com atribuições de comando, vivenciam situações reais de atendimento a ocorrências e recebem permanente avaliação. Após esse período, chegam à patente de 2º tenente da PM.

Cadete teve inspiração na carreira militar de familiares

O cadete que recebeu o espadim das mãos do governador é o jovem Víctor Oliveira Guerra, de 19 anos. Neto de um sub-tenente reformado e primo de um capitão da PM, ele diz que se inspirou nos exemplos da família para escolher a carreira: “Desde pequeno, tinha o sonho de seguir a carreira militar”, afirma. Admitiu que não foi nada fácil. No final de 2005 concluiu o ensino médio em escola pública. Nos dois anos seguintes, dedicou-se arduamente aos estudos, fazendo cursinhos preparatórios para o vestibular.

“Eu desconhecia que a seleção para o curso de oficial da PM era realizada pela Fuvest”, declarou. Após prestar, sem sucesso, Engenharia Aeronáutica no Instituto Técnológico de Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos e Oficial do Exército, na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, conheceu o curso de oficial da PM e decidiu tentar a Fuvest. Aprovado no concurso em primeiro lugar, vai iniciar as aulas na Acadeia do Barro Branco em fevereiro: “O curso está muito acima do que eu imaginava”.

Ao lado do pai Daniel Romero Guerra Júnior, a mãe Marta Regina Moraes Oliveira, disse que receber o adereço das mãos do governador representa um reconhecimento à dedicação do filho: “Sempre soubemos que, desde pequeno, ele tinha nascido para ser o número um”.

Viviane Gomes

Da Agência Imprensa Oficial 

(R.A.)