Fapesp apoia projetos que investem em inovação tecnológica

Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) apresenta resultados positivos para diversas companhias

ter, 29/01/2019 - 14h21 | Do Portal do Governo

Iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) auxilia projetos que investem na evolução tecnológica e possuem visão de negócios que ultrapassa as fronteiras nacionais.

“A fundação incentiva que as companhias do Pipe tenham alvos mundiais, o que é levado em conta na seleção dos planos de negócios dos projetos de pesquisa mais promissores”, ressalta o diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. “Romper os limites do mercado interno precisa ser um desafio permanente para a indústria, especialmente quando beneficiada por subsídios com recursos do contribuinte”, acrescenta.

Projetos

Exemplos não faltam em relação às propostas aprovadas pelo programa. A AB InBev utilizará a tecnologia Flowe, da I.Systems, para aumentar a eficiência das linhas de produção em fábricas nos Estados Unidos. O Departamento de Defesa norte-americano escolheu a Griaule Biometrics como fornecedora de sistema de identificação e certificação de dados biométricos de mais de 80 milhões de cidadãos do Iraque e Afeganistão. A GM norte-americana e a Peugeot, na Alemanha, adotaram o sistema inteligente de inspeção de qualidade de peças desenvolvido pela Autaza Tecnologia.

“O processo de internacionalização da I.Systems começou em 2016, quando introduzimos a Leaf na mineradora BHP, na Austrália”, relata Igor Santiago, presidente da empresa instalada em Campinas. Produto de estreia da I.Systems no mercado, a tecnologia utiliza inteligência artificial para o controle e estabilização de processos industriais.

Apoiada pelo Pipe e pelo programa Pipe/Pappe Subvenção, parceria da Fapesp com a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), e com pedidos de patente internacionais, a tecnologia já foi adotada por indústrias de diversos setores, como agronegócio, química, papel, celulose e mineração, entre outros.

Mas foi com o segundo produto, o Flowe, que a empresa chegou à Ambev, que a recomendou à holding, a AB Inbev, a maior cervejaria do mundo. A companhia apresenta uma taxa de crescimento de 50% ao ano no último quinquênio.

Contratos

A multimodalidade do software desenvolvido pela Griaule, que identifica indivíduos por impressões digitais e palmares, voz, imagens faciais e íris, garantiu à empresa de Campinas um contrato de US$ 75 milhões com o Departamento der Defesa dos Estados Unidos em setembro do ano passado.

No mês seguinte, a Griaule foi escolhida também pelo Departamento de Segurança Pública do estado norte-americano do Arizona para auxiliar investigações policiais e de antecedentes criminais de funcionários públicos. A empresa teve apoio do Pipe no desenvolvimento de três projetos. “Sem o apoio financeiro da Fapesp, não teríamos chegado a esse ponto”, revela Iron Daher, diretor-presidente da companhia, à revista Pesquisa Fapesp.

Inteligência

As inovações do sistema de inspeção inteligente abriram os mercados norte-americano e europeu à Autaza, de São José dos Campos. Em 2016, três pesquisadores do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) desenvolveram, em parceria com a General Motors (GM), em São Caetano do Sul, o protótipo de sistema que usa a visão computacional e inteligência artificial para detectar defeitos na carroceria de veículos, em substituição à inspeção visual.

Além de testar a tecnologia, a GM autorizou o uso da propriedade intelectual do sistema, com constituição da Autaza, e o adotou nas fábricas dos Estados Unidos e da Alemanha, onde, até 2017, produzia a marca Opel.

Atualmente, a Autaza está abrindo uma subsidiária em Ann Arbor-Michigan, perto de Detroit, berço da indústria automobilística mundial, e a três horas de Chicago. As operações de venda serão iniciadas em abril deste ano.

“O escritório fica na Aceleradora de Negócios Spark. Além de expandir mercados, o objetivo é homologar nossos sistemas nas principais montadoras mundiais e fechar acordos comerciais com parceiros locais”, destaca Renan Padovani, sócio da companhia. A Autaza teve apoio da Fapesp no desenvolvimento do algoritmo de classificação de defeitos em carrocerias e no desenvolvimento industrial e comercial do produto.