Fapesp apoia premiação de mulheres nas ciências químicas

Primeira edição de prêmio busca promover igualdade de gêneros em áreas como Tecnologia, Engenharia e Matemática no Brasil

qui, 13/09/2018 - 8h26 | Do Portal do Governo

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), a capital paulista sediou a cerimônia do 1º Prêmio para Mulheres Brasileiras em Química e Ciências Relacionadas. As vencedoras foram as cientistas Clarissa Piccinin Frizzo, Cristiane Furtado Canto e Susana Córdoba Torresi.

Vale destacar que a iniciativa busca promover a igualdade de gêneros nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática no Brasil, com patrocínio do Chemical Abstracts Service (CAS), divisão da American Chemical Society (ACS), e da revista Chemical & Engineering News.

“Essa é a primeira premiação desse tipo que promovemos e faremos mais. Realmente espero que chegue o dia em que não será mais necessário criar iniciativas para premiar mulheres na ciência, mas, por enquanto, é importante”, avalia Bibiana Campos, editora-chefe da Chemical & Engineering News.

A editora-chefe comentou que outra premiação pela ACS, o Talented 12, voltada para jovens cientistas, teve pela primeira vez neste ano equidade de gênero entre os homenageados, com seis homens e seis mulheres escolhidos.

“Temos grande interesse em promover a maior participação das mulheres na ciência, tanto que, há um mês, fizemos um programa de televisão da Fapesp, em parceria com a Folha de S. Paulo, justamente sobre a importância das mulheres na ciência”, ressalta o professor Eduardo Moacyr Krieger, presidente em exercício da Fapesp.

Diversidade

Outro objetivo do Prêmio para Mulheres Brasileiras em Química e Ciências Relacionadas é avançar na compreensão do impacto da diversidade em pesquisas científicas e na área da química.

“Democracia exige diversidade e diversidade é fundamental para avançarmos em qualidade, pois ciência é o único instrumento que muda uma nação”, afirma Vanderlan Bolzani, professora titular do Instituto de Química da Unesp e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A docente ressaltou que, de acordo com a pesquisa “Women in Science”, da Unesco, as mulheres ainda são minoria na ciência, representando apenas 28% dos cientistas no mundo. “No Brasil, essa porcentagem é maior, mas, conforme os cargos e a liderança vão crescendo, a participação feminina diminui”, acrescenta. De todos os 125 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), apenas 17 são comandados por mulheres.

De acordo com Clarissa Piccinin Frizzo, professora do Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e vencedora na categoria “Líder Emergente”, a premiação serve como incentivo para outras mulheres da equipe.

“Venho de uma universidade pequena. Tenho certeza de que esse incentivo se refletirá na instituição de ensino, no departamento e no meu grupo de trabalho. Tive a sorte de contar com mulheres como professoras e orientadoras que serviram como exemplo para mim. Quem sabe esse prêmio possa servir de incentivo para outras mulheres também”, diz a docente à Agência Fapesp.