Estudo da Saúde traça perfil de pacientes hipertensos

Mulheres, pessoas com mais de 50 anos e com histórico familiar da doença são principais vítimas

sex, 19/02/2010 - 16h00 | Do Portal do Governo

Estudo realizado no Hospital Ipiranga, unidade da Secretaria da Saúde, traçou o perfil dos pacientes hipertensos atendidos no Ambulatório de Hipertensão Arterial. Os resultados mostram predomínio do sexo feminino (63,4%); a maioria dos pacientes (64,9%) tem mais de 50 anos e o histórico familiar de hipertensão foi positivo em 81,6% dos casos.

Quando questionados sobre antecedentes patológicos pessoais, quase metade dos pacientes (46,4%) afirma ter altos níveis de gordura circulando no sangue (dislipidemia). Em seguida vem a diabetes, em 14% dos entrevistados; acidente vascular cerebral (AVC) em 7% e infarto agudo do miocárdio em 5,6% dos pacientes.

Quanto aos antecedentes patológicos familiares, 81,6% dos pacientes dizem ter um familiar de primeiro grau com hipertensão, 50,7% têm familiares com história de AVC e 35,2% com história de infarto agudo do miocárdio.

Em relação ao hábito de fumar e consumir álcool, a maioria dos pacientes nega tê-los. Sobre a prática de atividade física, 39,4% dos pacientes praticam alguma atividade física de forma regular (três vezes ou mais por semana), e a maioria, 55%, são sedentários. O tipo de atividade mais comum é a caminhada.

A maioria dos pacientes (88,7%) afirma que segue a prescrição médica, isto é toma a medicação conforme indicado pelo médico e 11,3% dos entrevistados diz que não toma a medicação de acordo com o que havia sido prescrito. Dentre estes, a maioria declara que esquece de tomar a medicação durante o dia.

A pesquisa mostra ainda que 73,2% controlam a sua dieta (dieta hipossódica, com baixo teor de sal). Os outros 26,7% não fazem controle dietético adequado por várias razões. As mais frequentes foram paladar sem sabor, alimentavam-se fora de casa, dificuldade para preparar dois tipos de comida ou não aceitação da dieta pelos outros moradores da casa.

O fato de haver mais mulheres atendidas deve-se, provavelmente, à maior conscientização em relação aos homens sobre a doença. “A hipertensão é uma doença que pode não apresentar sintomas, mas traz graves consequências à saúde. Por isso, é importante a população ficar atenta a esse mal” explica o diretor do ambulatório e orientador do estudo, Fernando Lara Roquete.

A hipertensão arterial é considerada um importante fator de risco para doença aterosclerótica, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio. As doenças cardiovasculares ocupam o primeiro lugar em causas de morte no Brasil, por isso o reconhecimento da hipertensão como importante problema de saúde pública.

O benefício do tratamento pode ser aferido por redução da incidência de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e outros eventos cardiovasculares. A redução da pressão arterial é certamente o principal mecanismo pelo qual se promove a prevenção da doença cardiovascular.

Além do tratamento medicamentoso prescrito pelo médico, é importante que pacientes hipertensos modifiquem o estilo de vida. Isso inclui a redução do peso, prática regular de atividade física, adoção de uma dieta enfatizando consumo de frutas, verduras, alimentos integrais, leite desnatado e derivados, quantidade reduzida de gorduras saturadas e colesterol, maior quantidade de fibras, potássio, cálcio e magnésio, associada à redução no consumo de sal, ingestão moderada de álcool, abandono do tabagismo e controle do estresse psicoemocional.

Da Secretaria da Saúde