?O futuro de São Paulo depende da educação?, disse o governador José Serra durante cerimônia.
O governo também anunciou a meta de reduzir em 50% as taxas de reprovação na 8ª série do Ensino Fundamental, além de reduzir em 50% os índices de reprovação no Ensino Médio.
Lançamento das metas foi realizado no auditório da Secretária Estadual da Educação, na Capital.
(Atualizada às 19h07)
O governador José Serra e a Secretária Estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, lançaram nesta segunda-feira, 20, um amplo plano para a educação paulista. São 10 ações para atingir 10 metas até 2010. O foco das ações anunciadas é melhorar a qualidade do ensino público paulista. São Paulo já venceu o desafio da inclusão, com 98,6% das crianças de 7 a 14 anos em escola e 90% dos jovens de 15 a 17 anos estudando. O objetivo agora é melhorar cada vez mais o aprendizado oferecido.
“São pontos heterogêneos, mas que, no seu conjunto, configuram um plano de ação bastante coerente”, disse o governador ao enunciar as dez novas diretrizes. Serra lembrou que as metas do programa “foram estabelecidas a partir de uma avaliação objetiva, baseando-se nas fragilidades do sistema”.
“Nosso grande problema hoje se chama qualidade”, observou o governador. Ao contar que dá aulas semanalmente em escolas da rede estadual de ensino, o governador chamou para si a responsabilidade pela melhora da qualidade na educação paulista. “As crianças têm uma vontade enorme de aprender. Se o aprendizado é insuficiente, a responsabilidade é nossa, do sistema educacional como um todo.”
A primeira meta é alfabetizar todas as crianças do Estado com 8 anos de idade. Como o aprendizado é um processo cumulativo, a alfabetização já na fase inicial vai elevar o aproveitamento dos estudantes em toda a vida escolar. Outra meta é oferecer aos alunos um ano a mais de estudo, passando de oito para nove anos de Ensino Fundamental.
O governo também anunciou a meta de reduzir em 50% as taxas de reprovação na 8ª série do Ensino Fundamental, além de reduzir em 50% os índices de reprovação no Ensino Médio. Para ampliar o aprendizado dos alunos com mais dificuldade, o governo irá implantar programas de recuperação nas séries finais de todos os ciclos (2ª, 4ª e 8ª séries do Fundamental e 3ª série do Médio). “A recuperação que estamos propondo prevê uma ação didático-pedagógica focada nos resultados das avaliações para que o aluno possa desenvolver os conteúdos curriculares básicos que estão definidos nas expectativas de aprendizagem”, afirmou a secretária de Educação.
Outra meta é atender toda a demanda de jovens e adultos por Ensino Médio. Será incluída em toda a rede o aprendizado profissionalizante. “Em 2008 ofereceremos a modalidade técnico em administração em 20% dos cursos noturnos de Ensino Médio, em parceria com o Centro Paula Souza”, anunciou a Secretária.
Professores, diretores e coordenadores terão à disposição um programa de formação continuada a ser realizado nas 5.300 escolas estaduais. Para isso, haverá o uso da tecnologia de informação, com itens como a instalação de computadores ligados à Internet em todas as salas de professores. Todas as escolas também terão laboratórios de informática e de ciência.
Por fim, está previsto um grande programa de obras nas escolas. “A melhoria do aprendizado é fundamental para nós. Esperamos ter êxito nesta tarefa que é tão fundamental para o futuro de São Paulo. As obras são as coisas para o momento, mas a educação é o futuro”, disse Serra logo após citar os investimentos na infra-estrutura: 2.300 escolas terão as quadras de esporte cobertas ou recuperadas e outras 2.100 escolas vão contar com circuito interno de TV para melhorar a segurança.
Cerca de R$ 1,7 bilhão será investido em obras para que, como última meta, sejam construídas 74 escolas e outras 77 sejam reformadas ou ampliadas. “Apenas para dar um exemplo nas obras de melhorias de infra-estrutura das escolas, queremos dar garantia de acessibilidade para que elas possam atender a demanda dos alunos com deficiência física”, disse o governador. Pelo menos 50% das escolas contarão com as adaptações, garantiu Serra.
O plano todo representará um gasto de R$ 10 bilhões a mais do que a média gasta em 2006. “Este volume de recursos vai aumentar neste ano, no ano que vêm no outro ano e no quarto ano. Esse dinheiro vai para o salário de professores, para custeio e segurança das escolas, para material escolar e muitos outros”, explicou Serra.
O lançamento das metas para a ducação contou com a presença do Secretário Estadual da Comunicação, Hubert Alquéres, e do Secretário Estadual da Gestão Pública, Sidney Beraldo.
Leia o discurso do governador sobre as 10 metas.
Veja detalhes do novo plano de Educação.
Manoel Schlindwein
Com Secretaria de Estado da Educação
