Estado investe cerca de R$ 1 milhão na manutenção do Obelisco do Ibirapuera

A primeira etapa inclui a reforma da parte elétrica

sex, 06/07/2007 - 9h59 | Do Portal do Governo

O famoso Obelisco do Parque Ibirapuera, na Capital, está passando por uma revitalização. O governo do Estado destinou cerca de R$ 1 milhão para obras de reforma e ampliação do Monumento ao Soldado Constitucionalista de 1932, o nome oficial da obra erguida em homenagem à bravura dos paulistas.

As primeiras ações já foram tomadas e incluem melhorias nas instalações elétricas do memorial. Cabos e fiação foram substituídos, assim como o sistema de iluminação, que foi totalmente remodelado. As intervenções não se restringem a dar mais segurança aos visitantes em passagem pelo local, mas também visam elevar o padrão de qualidade do espaço.

Agora, com a conclusão dos trabalhos relativos à eletricidade, serão iniciadas as obras de impermeabilização das dependências internas do prédio. Como de praxe, o início dos trabalhos segue o mesmo trâmite de qualquer obra pública, com licitação e pregão eletrônico.

Responsabilidades

O processo está sob o comando da Polícia Militar, que já iniciou a confecção dos projetos de captação e drenagem de águas pluviais. Tão logo os documentos sejam concluídos o processo de licitação será iniciado.

Essa tarefa passou para as mãos do governo estadual em junho de 2006, quando um convênio assinado pelo então governador Cláudio Lembro e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, definiu as atribuições do Estado, do Município e da Sociedade dos Veteranos de 1932 – MMDC na restauração e manutenção, gestão e administração do Obelisco.

Projetado pelo escultor italiano Galileo Emendabili e formado pelo obelisco e uma cripta, o monumento foi construído para homenagear os heróis da Revolução Constitucionalista de 32, que também são lembrados no feriado estadual de 9 de julho.

Lá estão guardadas as cinzas de 713 ex-combatentes e dos quatro estudantes mortos em um protesto contra o governo de Getúlio Vargas que antecedeu a deflagração da guerra: Martins, Miraguaia, Dausio e Camargo, cujas iniciais formam a sigla MMDC. 

As obras tiveram início em 1947 e só foram concluídas em 1970, embora o monumento tenha sido inaugurado oficialmente em 9 de julho de 1955.

Simbologia

Ornado com painéis de mosaico veneziano com cenas bíblicas e passagens da história paulista, o Obelisco é cheio de simbologia baseada em relações numéricas, que remetem à Revolução de 32. Da base sobre a sepultura dos heróis até o topo, o Obelisco tem 81 metros de altura, cuja raiz quadrada é nove. Outra relação: a base maior do trapézio, no chão, para quem olha o monumento de frente, tem 9 metros; a base menor, em cima, tem sete metros; e a largura da cripta, embaixo, tem 32 metros. Assim, quem olha de frente o perfil da planta observa os números 32 – 9 – 7, que lembram o ano, o dia e o mês da Revolução de Nove de julho de 1932.

Quem quiser entrar no monumento precisa percorrer nove degraus. A partir do acesso, existem três grupos de três arcos cada. Esses nove arcos acabam na cripta. São os três degraus que levam à perfeição. 

Espada e canhão

Do lado de fora, o Obelisco lembra uma espada, com quatro faces, voltadas para cada um dos pontos cardeais da cidade. Exatamente embaixo da base do Obelisco existe uma escultura em mármore que representa o Herói Jacente. A escultura fica exatamente no centro da Cripta.

Essa ‘espada’ está fincada numa praça em formato de coração. “Enquanto o Obelisco é uma espada que atravessa o coração da mãe terra paulista e fere de morte esse coração, representado pelos filhos que caíram pela Revolução, por dentro, ele é um canhão. De onde está o herói, olhando para a base, se vê um enorme projétil de canhão”, como explicou Paulo Emendabili, neto do escultor, durante o evento em que Estado e Municípios assinaram o convênio que dividiu as responsabilidades sobre o monumento.

Segundo ele, esse seria um ‘canhão cívico’. “O herói está circundado pelo exército Constitucionalista que não está morto, mas repousa. Se houver uma violação à Constituição brasileira, se houver tirania novamente, o soldado levanta, chama as fileiras do exército Constitucionalista e aciona novamente o canhão. Essa é a simbologia”, conclui Paulo.

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Manoel Schlindwein