Estado e Prefeitura vão administrar o Mausoléu ao Soldado de 32 e o Obelisco do Ibirapuera

Convênio foi assinado nesta quinta-feira, no Palácio dos Bandeirantes

qui, 29/06/2006 - 14h16 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado vai restaurar o Monumento Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932 e Obelisco do Ibirapuera. Na manhã desta quinta-feira, 29 de junho, o governador Cláudio Lembo e o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab assinaram, no Palácio dos Bandeirantes, convênio que define as atribuições do Estado, Município e Sociedade dos Veteranos de 1932 – MMDC na restauração e manutenção, gestão e administração do monumento e da praça no entorno. O decreto que regulamenta a parceria será publicado no Diário Oficial desta sexta-feira, dia 30.

“O monumento foi construído pelos que lutaram em 32 pela Constituição e não tiveram condições financeiras de terminar o interior do monumento”, lembrou o governador. Ele explicou que existem áreas na parte interna que não possuem piso, mas apenas concreto no chão. Além disso, a parte inferior do Obelisco apresenta problemas estruturais causados pela implantação de um complexo de túneis na região, que provoca trepidação na construção. “É preciso ver com cuidado a conservação de todo o monumento”, destacou Lembo, e enfatizou que as intervenções serão feitas a partir das plantas históricas do Obelisco. O orçamento inicial para a restauração do mausoléu é de R$ 5 milhões.

De acordo com o convênio assinado hoje, caberá ao Estado a realização das obras de restauro do monumento, incluindo o Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932 e o Obelisco do Ibirapuera. Também ficará sob a responsabilidade do Governo paulista a gestão, administração, manutenção, conservação e preservação do monumento, bem como a realização das festividades relativas aos valores cívicos representados pelo monumento, como a comemoração de 9 de julho e em memória à Revolução Constitucionalista de 1932. O policiamento ostensivo da área, bem como o apoio na guarda do monumento, serão atribuídos à Polícia Militar.

Lembo anunciou que a Secretaria da Cultura, também, deverá participar da iniciativa do Estado, por projetos da Lei Rouanet.

O município ficará responsável pela praça entre as pistas da avenida Pedro Álvares Cabral, no Parque do Ibirapuera, onde está situado o monumento. Caberá à Prefeitura a execução e manutenção dos serviços paisagísticos, de ajardinamento e limpeza, bem como a instalação de equipamentos de infra-estrutura urbana e mobiliário da praça.

Simbologia numérica do Monumento

O Obelisco, localizado nas proximidades do Parque do Ibirapuera, zona sul da capital, é o símbolo da luta dos paulistas pela Constituição, na Revolução Constitucionalista de 1932. Concebido pelo escultor italiano Galileu Emendabili, o monumento é formado pelo Obelisco e pela Cripta.

O neto do escultor, Paulo Emendabili, explicou que o monumento todo é baseado em relações numéricas, que levam sempre à data da Revolução de 32.

Segundo ele, da base sobre a sepultura dos heróis até o topo, o Obelisco tem 81 metros de altura, cuja raiz quadrada é nove. Também tem nove metros a base maior do trapézio, no chão, para quem olha o monumento de frente. Na base menor, em cima, tem sete metros. A largura da cripta, embaixo, tem 32 metros. “Quem olhasse de frente o perfil da planta, teria as dimensões 32 – 9 – 7, que lembram o ano, o dia e o mês da Revolução de Nove de julho de 1932”, informou.

Quem quiser entrar no monumento precisa percorrer nove degraus. A partir do acesso, existem três grupos de três arcos cada. “Esses nove arcos vão acabar na cripta. São os três degraus que levam à perfeição. Aliás, o nove é o número simbólico da tríplice perfeição”, lembrou Paulo Emendabili.

Espada e canhão

Do lado de fora, o Oelisco lembra uma espada, com quatro faces, voltadas para cada um dos pontos cardeais da cidade. Exatamente embaixo da base do Obelisco, existe uma escultura em mármore que representa o Herói Jacente. A escultura fica exatamente no centro da Cripta. Nessa Cripta, também, estão os restos mortais (cinzas) dos estudantes Martins, Miragais, Drausio e Camargo (MMDC), mortos durante a revolução, e de outros cerca de 750 combatentes.

Essa ‘espada’ está fincada numa praça em formato de coração. “Enquanto o Obelisco é uma espada que atravessa o coração da mãe terra paulista e fere de morte esse coração, representado pelos filhos que caíram pela Revolução, por dentro, ele é um canhão. De onde está o herói, olhando para a base, se vê um enorme projétil de canhão”, expôs Emendabili.

Segundo ele, esse seria um ‘canhão cívico’. “O herói está circundado pelo exército Constitucionalista que não está morto, mas repousa. Se houver uma violação à Constituição brasileira, se houver tirania novamente, o soldado levanta, chama as fileiras do exército Constitucionalista e aciona novamente o canhão. Essa é a simbologia”, explicou o neto do escultor. Também participou do evento o capitão Gino Struffaldi, presidente da Sociedade Veteranos de 32.

Cíntia Cury