Especialistas alertam sobre risco de transmissão de doenças durante período de chuvas

Enfermidades podem ocorrer pelo contato com a água de áreas com enchentes, alagamentos e transbordamento de rios

qua, 12/02/2020 - 11h33 | Do Portal do Governo

Os períodos de chuvas fortes e tempestades exigem cuidados para evitar o contágio de doenças infectocontagiosas, que podem ser transmitidas pelo contato com a água de áreas com enchentes, alagamentos e transbordamento de esgotos e rios. Nessas situações, há a presença de diversas bactérias e vírus nocivos à saúde humana.

A leptospirose, que pode ocorrer depois do contato com a urina de ratos contaminados com a bactéria leptospira, está entre as principais enfermidades nessas situações. Em contato com a pele humana, por meio das águas de inundação, a bactéria pode penetrar no organismo e causar sintomas como febre, dores de cabeça e nos músculos e náuseas. É importante lembrar que, quando não tratada com antecedência, a leptospirose pode levar à morte.

Segundo o infectologista Jean Gorinchteyn, os sinais da doença podem aparecer no dia seguinte após o contato com as águas de chuva ou até depois de um mês. “Os primeiros sintomas podem ser febre, dores na cabeça e no corpo, principalmente na panturrilha. Na ausência de tratamento de urgência, alguns casos podem ser mais graves, provocando riscos de insuficiência renal com sangramento nos pulmões”, explica.

Procedimentos

Outras doenças podem se manifestar, como é o caso da hepatite A, diarreia e febre tifoide, causada pela Salmonella typhi, bactéria encontrada nas fezes de animais. De acordo com Jean Gorinchteyn, a principal recomendação neste período é evitar ao máximo o contato com a água contaminada e seguir à risca os procedimentos de higiene e limpeza da residência ou estabelecimentos comerciais caso esses locais sejam atingidos pelas enchentes.

“Evite pisar em poças d’água, principalmente em águas de inundações. Caso seja inevitável, fique atento aos primeiros sintomas e procure um médico”, adverte o médico. Vale destacar que os riscos não estão apenas nas doenças. Os animais peçonhentos também podem registrar incidentes.

Em caso de picada de cobra, por exemplo, é recomendável lavar o local com água e sabão, sem aplicar qualquer tipo de produto ou medicação. No caso da ferroada de escorpião, a primeira medida é colocar compressas de água morna sobre a ferida. Já com aranhas ou queimaduras de taturanas, não mexa no ferimento e procure atendimento médico imediatamente.

Para diminuir os riscos de acidentes, mantenha os quintais, terrenos baldios e jardins limpos. É importante não acumular entulho e lixo doméstico, aparar grama dos jardins e recolher as folhas caídas. Coloque o lixo em sacos plásticos que devem ser mantidos fechados para evitar o aparecimento de moscas, baratas e outros insetos, que são os alimentos favoritos dos escorpiões.

“É fundamental que as pessoas sigam essas recomendações em casos de acidentes com animais peçonhentos e procurem, o quanto antes, o serviço médico mais próximo. Isso garantirá o diagnóstico precoce e um tratamento eficaz”, alerta o biólogo Giuseppe Puorto.