Seis estudantes dos câmpus de Franca, Araraquara e Ilha Solteira que integram o Projeto Rondon promoveram treinamentos para funcionários da prefeitura, pequenos comerciantes e produtores rurais de Miranorte, município de 12 mil habitantes no oeste do estado do Tocantins. Os graduandos ficaram na cidade entre os dias 25 de janeiro e 8 de fevereiro e, durante esse período, trocaram conhecimento sobre hortas, tecnologias de produção, meio ambiente, informática e administração pública.
O Projeto Rondon foi criado pelo Governo Federal para dar ao universitário a oportunidade de socializar o que aprendeu na faculdade. O professor Roberto Carlos Miguel, da Faculdade de Ciências e Letras, câmpus de Araraquara, coordenou a equipe da Unesp. Ele descreve Miranorte como um município pobre, que depende de recursos de programas de transferência de renda do Governo Federal, como o Bolsa Família. “O excelente apoio logístico que a Prefeitura Municipal nos ofereceu foi fundamental para o êxito das atividades”, afirma.
Em razão da grande procura, a oficina para os agricultores rendeu três turmas, uma a mais do que o previsto. Lucas Rigonato, aluno do último ano de Agronomia do câmpus de Ilha Solteira, e sua colega de curso, Mariana Rodrigues Martins, do 4º ano, ajudaram a implantar um sistema de irrigação de baixo custo com o uso de garrafas plásticas. Na mesma direção, a técnica que cria hortas em formato de espiral, a chamada “mandala”, foi ensinada à população porque permite maior variedade de hortaliças cultivadas ao mesmo tempo.
Legalização do comércio
A alta demanda também gerou uma turma extra na oficina e no minicurso voltados para a capacitação profissional dos funcionários da prefeitura. Foram abordados temas como políticas sociais, execução de projetos, noções de contabilidade e arrecadação, normas e procedimentos de licitações e princípios éticos.
As aulas foram dadas por Ana Cláudia Zacarão, do 3º ano do curso de Serviço Social do câmpus de Franca, Laudinei Silva Moura, do 4º ano de Ciências Sociais do câmpus de Araraquara, e Ana Paula Lima Ferreira e Fábio Grigoletto, ambos do último ano de Administração Pública do mesmo câmpus.
A equipe inteira também realizou um workshop em parceria com a Associação Comercial e Industrial da cidade para refletir com os comerciantes formais e informais os benefícios da legalização da atividade autônoma. Entre os pontos debatidos destacaram-se o suporte técnico e a assessoria de comunicação que a prefeitura poderia prestar, além de participação em campanhas publicitárias, principalmente em datas comemorativas.
Houve ainda aulas de informática e educação ambiental para alunos e professores do município. O trabalho da Universidade foi feito em parceria com a Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec), do estado de Minas Gerais, que atua no mesmo município nas áreas de educação, saúde, direitos humanos, justiça e cultura.
Projeto Rondon
Criado pelo Governo Castelo Branco em 1967, o Projeto Rondon foi desativado em 1989 e retomado em 2005 pelo Ministério da Defesa. A Unesp participou de todas as edições desde a sua reativação (a edição anterior foi realizada na Paraíba, em julho de 2009).
Para participar, os municípios escolhidos se comprometem a garantir hospedagem aos estudantes. As universidades devem enviar relatórios detalhados das ações executadas, mostrando a qualidade e seriedade do trabalho executado. O Ministério da Defesa cede o chamado “anjo”, um militar que se encarrega de garantir a segurança e a integridade física dos rondonistas durante as atividades. Bahia, Alagoas e Goiás também foram contemplados na operação Centro-Nordeste.
Da Unesp
