Enquete indica estação da Luz como a 4ª maravilha da cidade

Pesquisa foi relizada pelo Jornal da Tarde, do Grupo Estado

dom, 08/07/2007 - 18h00 | Do Portal do Governo

O resultado da pesquisa coloca o Museu do Ipiranga em primeiro lugar, o Parque do Ibirapuera em segundo e a Avenida Paulista em terceiro.

Realmente, a Estação da Luz é constantemente retratada em diversas manifestações culturais: poemas, canções, cartões postais,  exposições fotográficas, novelas, minisséries e até mesmo em propagandas comerciais.

Marco histórico e um dos mais bonitos pontos turísticos de São Paulo, o prédio, inaugurado em 1º de março de 1901, tem 106 anos. Fundamental para o desenvolvimento da cidade no século XX, a estação é, ainda hoje, o marco zero da ferrovia paulista e uma das mais importantes conexões da região metropolitana, ligando todos os quadrantes da cidade: norte, sul, leste e oeste.

Com 13,2 mil m² de área, a edificação dá acesso direto a três linhas da CPTM: A (Luz-Francisco Morato), D (Luz-Rio Grande da Serra) e E (Luz-Estudantes), além de permitir fácil acesso aos  demais ramais da própria CPTM e do Metrô. Nos dias úteis, passam por ali 40 trens que se intercalam em 651 viagens. A Estação recebe 235 mil usuários, diariamente, atendidos por uma equipe de 151 pessoas que atua em diversos setores, como administração, operação, segurança, limpeza.

Mais do que embelezar a cidade com sua arquitetura, a Luz ainda exerce papel sócio-econômico tão importante quanto o da sua origem, no início do século XX, quando seu principal objetivo era escoar a produção de café para o porto de Santos. Durante todos esses anos, sua imagem foi se fixando como símbolo de São Paulo. O conjunto arquitetônico não é só um referencial urbano, faz parte da vida do município.

A Estação oferece acesso a muitas atrações culturais de São Paulo, como a Pinacoteca, o Museu de Arte Sacra e a Sala São Paulo. Desde 2005, a parte superior da edificação também abriga o Museu da Língua Portuguesa.

Histórico

Com a expansão do ciclo cafeeiro no interior do Estado de São Paulo, o transporte da produção tornou-se um problema, na medida em que toda exportação dessa commoditie era feita pelo porto do Rio de Janeiro.

Conhecido por Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Souza vislumbrou nessa circunstância, uma promissora oportunidade de captar investimentos e gerar novos negócios. Com mais dois associados – José Pimenta Bueno (Visconde de São Vicente) e José da Costa Carvalho (Marquês de Monte Alegre) – criou a The São Paulo Railway Company, com recursos ingleses. Daí, o apelido “A Inglesa”, que caracterizou por muitos anos a ferrovia.

Em 1860 teve início a construção da via férrea em solo paulista e, sete anos depois, estavam concluídas as obras de 139 km de extensão. É quando surgem as primeiras paradas ou estações, entre elas, a Luz.

Há duas datas registradas nos livros em relação à fundação da Estação da Luz: a primeira unidade, bem menor, inaugurada em 1867, chamada de Estação São Paulo e a edificação hoje existente, que é de 1º de março de 1901.

Construída em frente ao edifício anterior, a Luz teve seu projeto criado por Charles Henry Driver. A maior parte do material usado veio importado da Inglaterra. Itens como tijolos, madeira (pinho-de-riga irlandês), telhas, cerâmicas e as estruturas de aço mantém uma arquitetura engenhosa e inconfundível.

Em 1946, um incêndio afetou grande parte do edifício. Durante as obras de recuperação foi construído um novo andar, que manteve o mesmo estilo da fachada. Hoje, mais de cem anos depois da inauguração, ainda é considerada um marco da riqueza do café e um dos mais importantes monumentos arquitetônicos de São Paulo.

Entre 2002 e 2005, o prédio recebeu várias intervenções de restauro e modernização, por dentro e por fora, no escopo do Projeto Integração Centro, do Governo do Estado de São Paulo.

Obras de arte

Os saguões subterrâneos, incorporados à Estação da Luz com o Projeto Integração Centro, permitiram a convivência do antigo e do novo na mesma edificação histórica. Várias obras de arte, desde então, vêm sendo incorporadas ao patrimônio.

Epopéia Paulista, da artista plástica Maria Bonomi, reconhecida internacionalmente como uma das principais gravuristas da atualidade, faz parte deste acervo. Trata-se da primeira doação nesta fase moderna do prédio.

Em dezembro de 2005, o Instituto Moreira Salles doou o painel Panorama de São Paulo, do fotógrafo italiano Vincenzo Pastore. Quem circula pelo subterrâneo pode ver como era São Paulo no início do século passado, nas imagens captadas, entre 1911 e 1912. É possível identificar vários marcos históricos, como o Teatro Municipal, o Viaduto do Chá, Igreja e Convento de São Francisco entre outros pontos da cidade.

Em 2006, mais uma obra veio enriquecer o acervo da Luz: a artista Teresa Saraiva doou seu mais novo painel, que recebeu o nome do local, Estação da Luz. Composto por 14 módulos em ferro fundido, de 1,20m x 0,85m cada, o trabalho pesa cerca de 2,5 toneladas e levou mais de dois anos para ser finalizado. Ele foi instalado nas paredes contíguas à escada central do saguão subterrâneo que dá acesso à rua José Paulino.

Museu da Língua Portuguesa

O prédio também abriga hoje, na sua parte superior, o Museu da Língua Portuguesa, concebido a partir de uma parceria entre a CPTM, que cedeu o local, a Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho.

O museu foi pensado como um espaço vivo sobre a língua portuguesa, suas origens e evolução. É aberto à toda população e, em especial, a estudantes e  professores.

Da Secretaria dos Transportes Metropolitanos