O Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), recebeu as atividades do I Congresso de Cuidados Paliativos de Botucatu, realizado em 3 e 4 de agosto. O evento contou com a participação de médicos, agentes religiosos, pós-graduandos, alunos, residentes e profissionais da área da saúde de toda a região.
Vale destacar que a iniciativa foi organizada pelo Serviço de Cuidados Paliativos e pelo Núcleo de Eventos Científicos do Departamento de Gestão de Atividades Acadêmicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB).
A mesa de abertura do congresso contou com a participação da vice-diretora da FMB, professora Maria Cristina Pereira Lima, do superintendente do HCFMB, André Balbi, da gerente multiprofissional do hospital, Cristiane Lara Mendes Chiloff, da médica responsável pelo Serviço de Cuidados Paliativos do HCFMB, Thays Antunes Silva, e da médica Laura Cardia Gomes Lopes, que também atua no serviço.
Assistência
O superintendente do HCFMB, André Balbi, considerou o evento como um marco na história recente do órgão e destacou o trabalho da humanização na assistência. “Cada vez mais, o serviço é necessário para que a humanização aconteça. Este evento marca a trajetória de sucesso de um grupo forte e unido, que está crescendo com perspectivas de um futuro sólido”, ressalta.
A médica Thays Antunes Silva agradeceu a todos pela confiança depositada ao Serviço. “Hoje é um dia muito especial para a nossa equipe, pois estamos compartilhando este conhecimento tão essencial na vida de todo profissional de saúde, para que possamos crescer juntos”, destaca.
Diversos palestrantes abordaram temas como, por exemplo, “Cuidados Paliativos: Conceitos e Princípios”, “Abordagem da Espiritualidade” e “Amparo Legal à Prática de Cuidados Paliativos”.
No fim do primeiro dia de atividades, foi lançado o livro “Segura a minha mão? – Encontros e despedidas com pacientes plenos de vida”, escrito pela médica Laura Cardia Gomes Lopes. A obra é composta por textos escritos aleatoriamente pela autora, uma espécie de diário, que relatam experiências vividas por ela durante os anos em que trabalhou com cuidados paliativos.
“Durantes os dois anos em que fiquei imersa em aprender e trabalhar com o tema, vivenciei coisas tristes e bonitas. Comecei a escrever para mim mesma, como se fosse um diário. Foi então que um amigo viu um desses textos e me disse que eles precisariam virar um livro”, explica a médica.
Atividades
O segundo dia do evento contou com atividades sobre os papéis da Enfermagem e do Serviço Social no cuidado paliativo” e cuidados paliativos em doenças cardíacas e pulmonares, entre outros tópicos.
O médico Jonathan Vinícius Lourenço Souza, da Universidade Federal do Paraná, tratou do tema “Cuidados Paliativos em Nefrologia”. Entre outros aspectos, ele mencionou a possibilidade de retirar o paciente da hemodiálise. “Em determinados casos, é “eticamente e clinicamente viável”, avalia. O palestrante também comentou sobre a diálise paliativa, usada apenas para o controle dos sintomas dos pacientes terminais.
Já Clarissa Cabianca Ramos, do Serviço de Psicologia do HCFMB, ministrou palestra sobre “Abordagem do processo de luto”. Na apresentação, a médica ressaltou que, além da dor da perda, quando ocorre o óbito, existe o luto antecipatório, que ocorre antes da perda.
Para encerrar o congresso, Ana Lucia Coradazzi, do Setor de Oncologia do HCFMB, falou sobre “Cuidados paliativos em Onco-Hematologia”, com destaque para os mitos em torno da palavra “câncer”, como aprender a lidar com a terminalidade, a importância da comunicação com o paciente e o confronto com a própria mortalidade.
