Eduardo, Mary Helen e Felipe receberam transplantes de vida

Decisão de ser doador deve ser manifestada ainda em vida, por meio de conversa com familiares

sex, 27/09/2013 - 13h35 | Do Portal do Governo



Até agosto deste ano, o Hospital de Transplantes do Estado Euryclides de Jesus Zerbini, antigo Hospital Brigadeiro, reinaugurado em 2010 para ser o primeiro hospital público especializado em transplantes de órgãos, realizou 179 transplantes de medula óssea, 143 de córneas e 309 de rim.

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Em três anos de existência, já é considerado o terceiro maior hospital com transplantes de fígado do Estado, com 153 transplantes realizados. No total, já foram feitos mais de 800 transplantes, o que representa 10% do número de transplantes públicos no Estado de São Paulo.

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Eduardo Branco Barros já passou pelo Hospital por duas vezes. A primeira foi em 2011, internado com uma hepatite B fulminante e precisando de um fígado novo. A segunda foi em maio de 2013, por complicação no rim e, mais uma vez, necessitando de um transplante. “Eu só tenho que agradecer ao primeiro e ao segundo doador, porque se não fossem eles, talvez eu não estivesse aqui”, diz Eduardo.

Para ele, o que aconteceu foi necessário para que as pessoas próximas percebessem a importância de doar. “Minha mãe é doadora, meu irmão falou que é doador, minha cunhada é doadora, parentes que estão no interior que souberam do meu caso, evangélicos, católicos, independente da religião, são doadores. Recebendo um transplante, eu vi que muita gente começou a comentar sobre o assunto. Isto foi legal porque talvez tenha trazido aquela vírgula que precisava para as pessoas se conscientizarem de que há necessidade de doação.”

Mary Helen Gonçalves Martins, de 14 anos, receberá na próxima semana a medula de sua irmã caçula, Ana Lourdes, de seis anos, após constatar aplasia medular. Virgínia Aparecida Gonçalves Martins, mãe das garotas, contou sobre o processo de investigação: “falaram que em irmãs, sendo do mesmo pai e da mesma mãe, haveria 25% de chance de compatibilidade, e se não fossem [irmãs de pai e mãe], a chance era de 1%. Foram 10 dias de espera, parecia um ano, mas quando saiu e ela foi 100% compatível com a irmã, foi uma alegria muito grande!”.

Virgínia se diz abençoada e lembra que nem sempre é assim, contando sobre uma família que conheceu nestse período, em que os irmãos não foram compatíveis com a irmã que estava com leucemia, mas deixa o recado para que as pessoas se cadastrem como doadoras: “é só um sangue da medula, e a gente pode salvar outras vidas, é muito fácil. Pessoas que têm aplasia ou leucemia param totalmente sua vida, a gente não, a gente não vai doar e parar nossa vida, a gente vai continuar, assim como eles, depois que a gente doar”.

Felipe Lopes Claudino dos Santos, hoje com dois anos, precisou transplantar um fígado aos cinco meses para garantir sua sobrevivência. Sandro Levi Claudino dos Santos, pai de Felipe, lamenta que doação de órgãos infantis ainda seja um assunto delicado: “há um tabu dos pais deixarem os filhos doarem, é difícil você deixar mexer num filho seu, e pra muita criança isso é essencial! É muito importante, porque como teve o Felipe, há várias crianças hoje na fila”.

Assista ao vídeo ao lado para conhecer o Eduardo, a Mary Helen e o Felipe.

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