USP publica livro fundamental sobre arte na Renascença

“Giotto e os Oradores” é uma publicação da editora da USP, de autoria de Michael Baxandall, um dos maiores críticos de arte do século 20

seg, 18/03/2019 - 16h23 | Do Portal do Governo

O primeiro livro do crítico de arte galês Michael Baxandall (1933-2008), publicado originalmente em 1971, acaba de ser lançado pela Editora da USP (Edusp). Em tradução de Fábio Larsson, “Giotto e os Oradores – As Observações dos Humanistas Italianos sobre Pintura e a Descoberta da Composição Pictórica” (1350-1450) traz uma nova luz para os críticos de arte, pesquisadores, historiadores e todos que se dedicam aos estudos da Renascença italiana.

A edição tem a apresentação do professor Luiz Armando Bagolin, do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP). “O livro se tornou uma referência para os estudos sobre história da arte dos séculos XV e XVI, por considerar as relações sobre as artes e as práticas letradas, uma vez que, seja pelos discursos disponíveis, seja pelas obras plásticas, somente destas pode provir o nosso conhecimento sobre essa época”, observa.

“Orador é um termo corrente no livro. Baxandall o utiliza preferencialmente no lugar de ‘humanista’ ou como seu sinônimo, porém em um sentido oposto ao de alguém referido ao humanismo, isto é, o conceito constituído no século XIX e que se tornaria platitude para a crítica de arte e a historiografia no século subsequente”, explica Bagolin.

Humanidades

Importante considerar que Michael Baxandall é um dos críticos de arte mais conceituados da segunda metade do século XX. Ele se destaca pelo interesse diversificado em várias áreas das humanidades.

Formado em Cambridge, o crítico estudou na Itália e na Alemanha, lecionando no Instituto Warburg, em Londres, e na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Tem vários livros publicados. “Giotto e os Oradores” é o segundo livro de Baxandall lançado pela Edusp. “Shadows and Enlightenment”, publicado originalmente em 1995, foi traduzido como “Sombras e Luzes” em 1997.

Em “Giotto e os Oradores”, o autor busca, como ele próprio argumenta, um componente linguístico no gosto visual. “Em outras palavras, quero mostrar que a gramática e a retórica de uma língua podem influenciar consideravelmente a forma de escrever e, como consequência, de observar imagens e algumas outras formas de experiência visual”, ressalta.