Dois reeducandos de Itaí são aprovados em vestibulinho do Centro Paula Souza

Além de freqüentarem as aulas do técnico de informática na Etec, atuam como monitores nas aulas de alfabetização na penitenciária

qua, 05/09/2007 - 10h02 | Do Portal do Governo

Dois reeducandos da Penitenciária Cabo PM Marcelo Pires da Silva, de Itaí, prestaram o vestibulinho no mês de junho e foram aprovados para o curso de informática da Escola Técnica Estadual do Centro Paula Souza, da cidade de Avaré. Disputaram com 160 candidatos e já participam das aulas, graças a uma autorização judicial expedida pela Vara das Execuções Criminais de Avaré.

Antônio Carlos Faria, 51 anos, um dos aprovados, chegou na unidade em 2000 e tinha somente a 6a série do ensino fundamental. Na penitenciária, freqüentou o Telecurso 2000 e concluiu o ensino médio. Beneficiado com a progressão ao regime semi-aberto, foi selecionado para trabalhar como monitor preso na alfabetização de seus colegas da ala de progressão.

Quando soube da abertura de inscrições para o vestibulinho, conversou com a direção da unidade para se inscrever durante saída temporária do Dia das Mães. Ele, que havia participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), viu seu esforço coroado com a aprovação no curso técnico. “Sempre tive vontade de ensinar o que aprendi e na condição de professor de outros reeducandos, eu aprendia com eles”, orgulha-se.

Lugar ao sol – Participante de cursos profissionalizantes oferecidos pela unidade, inclusive o de computação, Faria acredita que o aprendizado será de extrema importância para sua reintegração. “O conhecimento de informática nos nossos dias é de suma importância. O curso está superando minhas expectativas. Desejo adquirir o máximo de conhecimento possível e repassá-lo aos meus alunos na prisão”, promete.

Maurício Ferreira Rula, 36 anos, chegou à unidade com o ensino médio concluído e conta que de início não teve vontade de estudar, mas depois do incentivo de colegas se inscreveu para o exame de monitores. Foi aprovado e tomou gosto pelo trabalho de educador. “No começo, enfrentei grande dificuldade, pois estava desatualizado”, afirma o reeducando.

Hoje, ambos se consideram exemplos para os demais reeducandos. “Basta que eles se conscientizem de que portas podem lhes ser abertas se desejarem conquistar um lugar ao sol”, diz Maurício.

“Para a unidade é muito gratificante saber que o trabalho desenvolvido por todos está dando resultados”, afirma o diretor técnico de departamento, Mauro Henrique Branco. “Com isso, cresce a esperança de que os demais reeducandos sigam o mesmo exemplo, construindo a capacidade de transformar a realidade adversa”, conclui.

Assessoria de Imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária

Da Agência Imprensa Oficial

(J.H.)