Belém recebeu nos dias 29 e 30 o workshop Ambiente e sociedade na Amazônia: contribuições do LBA e outras perspectivas. Os seminários, que discutiram as conseqüências das ações humanas na cobertura de terra na Amazônia, vão se basear nos capítulos do livro de mesmo nome do workshop – a ser lançado pela Editora da USP (Edusp), como parte da coleção Ciências Ambientais.
Organizado pelos pesquisadores Mateus Batistella, Emilio Moran e Diógenes Alves, o livro teve seus capítulos preliminares analisados por pesquisadores de universidades como a Indiana University, Michigan State University e Unicamp, além da própria USP.
As discussões giraram em torno do papel do homem nas transformações ambientais. Segundo Batistella, pesquisador da Embrapa, “é necessário questionar o papel da sociedade nessas transformações, assim como propor uma nova abordagem multi-escalar para a descrição do fenômeno e para a adaptação da sociedade a essas mudanças”. Esta nova abordagem, citada pelo pesquisador, é a sub-divisão da Bacia Amazônica em três partes – uma das propostas do livro – para uma revelação mais precisa de um dos grandes problemas da região: o desmatamento.
Nesta nova leitura da região, fenômenos que antes passariam despercebidos são evidenciados, já que a divisão possibilita uma especialização. Desta maneira, as possíveis práticas para a busca de um ambiente sustentável podem ser colocadas em prática com mais exatidão.
As políticas em relação à região analisada também devem mudar com a nova proposta. Segundo Batistella, elas “devem levar em conta a heterogeneidade ambiental e social da Amazônia”, tornando-as mais realistas e de possível execução.
Meio ambiente e sociedade
Alguns fenômenos ambientais recentes têm ampliado a necessidade de discussão sobre o papel do homem e da sociedade nos processos ligados ao meio ambiente. Até mesmo catástrofes, como o furacão Katrina, colocam este tema em evidência e urgência de debate.
Segundo Batistella, o Pará é um dos campeões no referente ao desmatamento da região amazônica. Porém, este estado demonstra um grande potencial para que seu desenvolvimento econômico se concilie com a conservação ambiental. Desenvolvem-se, então, caminhos para o estabelecimento de parcerias produtiva entre sociedade e ambiente.
Mas existem alguns desafios neste caminho. O professor cita a crescente expansão do agronegócio na região – fomentada pela classificação que a área recebeu recentemente pela União Européia, que a considerou livre da febre aftosa. Mesmo com todas as dificuldades, o professor acredita que o estabelecimento de sólidas parcerias nesse sentido é uma meta viável.
Da USP Online
