Curso de Engenharia Florestal da Esalq aproxima alunos do mercado de trabalho

Entre várias atividades, graduandos são levados às companhias para conhecer plantios, processos industriais e inovações

sex, 14/09/2018 - 11h38 | Do Portal do Governo

Na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, o curso de Engenharia Florestal desenvolve parcerias em projetos com empresas do setor, tanto no Brasil como no exterior, de modo a ampliar a proximidade do egresso com o mercado de trabalho.

A título de exemplo, os graduandos são levados às companhias para conhecer os plantios, processos industriais, técnicas e inovações. Além disso, também há possibilidades de intercâmbio, estágios profissionalizantes, dupla diplomação e a opção de cursar, simultaneamente, a licenciatura em Ciências Agrárias.

Estudante do quarto ano, Márcia Sousa do Nascimento optou pela modalidade licenciatura. “No primeiro ano, decidi também entrar no curso de licenciatura em Ciências Agrárias e estou quase concluindo. A modalidade nos possibilita ter uma visão mais crítica da situação atual da educação brasileira e a valorizar essa profissão extremamente importante para qualquer país”, avalia.

Já na segunda semana de aula, em 2015, a aluna ingressou no Centro Acadêmico de Engenharia Florestal, onde está até hoje. “Desde o primeiro semestre, entrei em um grupo de estágio voltado aos estudos e pesquisas em ecologia e manejo florestal. Com o tempo, conhecendo outros grupos na área de silvicultura e restauração florestal. Isso me ajudou muito a decidir as áreas que mais gosto de atuar”.

A estudante coordena atividades de um grupo de extensão criado recentemente na Esalq, na área de Hidrologia Florestal. As ações estão focadas em produtores rurais, para contribuir com a adequação ambiental, principalmente, na preservação das nascentes.

Diplomação

No curso de Engenharia Florestal, é possível realizar a dupla diplomação com a AgroParisTech, acordo assinado recentemente e com a Universidade Politécnica de Bragança, em Portugal. No caso, o aluno selecionado para o duplo-diploma cursa dois anos e meio no Brasil e dois anos e meio no outro país, resultando em um diploma que vale para ambas as nações. Outra possibilidade na formação da Esalq é incrementar o currículo com experiências no exterior.

A estudante Camilla Noel da Silva teve uma experiência de estágio, no segundo semestre de 2017, na cidade de Alta Floresta (MT), no Instituto Ouro Verde (IOV). “Trabalhei em um projeto realizando entrevistas com agricultores familiares que coletavam sementes agrícolas e florestais para comercialização. Essa foi uma das melhores experiências que tive durante a graduação”, explica.

Neste ano, a aluna fez intercâmbio no primeiro semestre na Europa, cursando quatro disciplinas na Escola Agrária de Coimbra, em Portugal. Em seguida, ela trabalhou durante um mês, voluntariamente, em uma ecovila na Itália. “Estar fora do país por tanto tempo é uma experiência única e indescritível, que possibilita conhecer diversos lugares com diversas culturas, além de te trazer amizades de vários lugares do mundo”, acrescenta.

Descobertas

Já o egresso José Henrique Bazani possui atualmente uma empresa de tecnologia florestal, a Geplant, em sociedade com mais dois alunos da Esalq. Depois de formado, em 2006, ele se transferiu para o sul da Bahia, onde trabalhou por seis anos na área de tecnologia em uma companhia de celulose. Após esse período, resolveu aprimorar os conhecimentos e retornou à Esalq, para o mestrado em silvicultura e manejo florestal.

“Foram mais dois anos de dedicação aos estudos científicos e mais descobertas sobre as oportunidades que a Esalq poderia me oferecer. Durante esse período, tive a honra de participar do comitê de organização do mais importante fórum científico de florestas plantadas do mundo”, revela.

“Nosso profissional é versátil, tem forte embasamento teórico, mas também experiência prática e contato com o mercado”, afirma o coordenador de Engenharia Florestal na Esalq, professor Silvio Ferraz. “Estamos sempre reformulando o curso para atender um mercado globalizado, que pede mais empreendedorismo e que exige flexibilidade na forma de trabalho. A Engenharia Florestal está mudando e precisamos sempre estar olhando à frente”, salienta o docente.

Vale ressaltar que o engenheiro florestal formado pela Esalq pode atuar em propriedades rurais, empresas, indústrias de grande, médio e pequeno porte, ONGs, órgãos governamentais, comunidades quilombolas, indígenas e rurais, com atividades nas áreas de silvicultura e manejo, ecologia aplicada, tecnologia de produtos florestais.

Além disso, ao aluno que cumprir as disciplinas do programa de Licenciatura em Ciências Agrárias, será atribuído um segundo diploma, que permite dar aulas na educação profissional, ensino médio, na área de ciências agrárias, envolvendo as subáreas de agropecuária, florestal e meio ambiente.

Demanda

A importância da área florestal cresceu nos anos 1950 e 1960, por meio do desenvolvimento econômico brasileiro, que resultou em grande demanda de produtos florestais. A Esalq, então, criou a área de Silvicultura em 1962. O curso de Engenharia Florestal teve início em 1972, sendo reconhecido em 1976, mesmo ano quando se inicia o mestrado na área florestal. Em 2000, tiveram início as atividades em recursos florestais.

Em pesquisa recente com os egressos entre 2000 e 2017, cerca de 80% dos ex-alunos disseram exercer atividades diretamente ligadas às ciências florestais. Em relação às áreas de atuação, 47% atuam com silvicultura e manejo florestal, 36% trabalham com conservação de recursos naturais e ecologia e 4% estão em cargos ligados à tecnologia de produtos florestais. Outros 13% atuam em diversos setores, principalmente em serviços de consultorias ou na administração pública.