CPTM vai distribuir 15 mil livros nas estações

Idéia é que após encontrar o livro e desfrutar da leitura, usuário opte por liberá-lo num local público

qui, 30/10/2008 - 12h11 | Do Portal do Governo

O Livro Livre, movimento da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que incentiva o hábito de leitura entre os usuários, está de volta, desde segunda-feira (27), com novidades em sua terceira edição. Desta vez, a iniciativa, que consiste em deixar livros nas diversas estações de trens para que o usuário possa pegar, ler e liberá-lo novamente em outro local, a fim de que outro faça o mesmo, vai espalhar 15 mil livros em 27 estações do sistema. “A intenção é que após encontrar o livro e desfrutar da leitura, o usuário opte por liberá-lo para que outro cidadão possa ler também”, explica a bibliotecária Maria Cândida de Assis Figueiredo, uma das organizadoras da agitada operação.

A ação teve lançamento de livros novos, como o do escritor baiano Sérgio de Castro, Versos de um coração. Durante o evento, palhaços interagem com passageiros, além de eles próprios cuidarem da liberação dos exemplares. Sérgio não só se associou ao movimento doando livros de sua autoria aos que passam pela estação, como também se tornou um apaixonado pelo programa há um ano, quando tomou conhecimento da iniciativa da CPTM. Foi aí que entrou em contato com a empresa e manifestou desejo de participar das próximas edições. “Já nessa época fiz várias doações à companhia, daí surgiu a idéia de lançar livros durante o movimento”.

Leia e passe – Aos poucos, o Livro Livre adquiriu formas palpáveis. Começou há três anos, quando a empresa recebeu como doação 12 mil livros destinados a sua Biblioteca Mário Covas, instalada em Presidente Altino. Desses, seis mil foram para o acervo da biblioteca. Dos demais, fez-se uma triagem, passando a sobra a integrar o Livro Livre, idéia que já vinha amadurecendo na cabeça da bibliotecária.  Hoje, os livros circulam com etiquetas da CPTM coladas na capa, onde se acham as explicações do funcionamento do projeto e o slogan “democratize a informação, leia e passe adiante”. Outro atrativo são os marcadores de páginas, cada um de cor diferente, também com a marca CPTM. “São detalhes que fazem a diferença”, comenta Maria Cândida.

História sem fim – No ano passado, a reportagem do jornal Diário Oficial acompanhou esses momentos nos dois dias em que CPTM distribuiu 2 mil livros em 15 estações das seis linhas da companhia e entregou 750 exemplares aos empregados diretos e terceirizados das estações contempladas, dando início a outro movimento interno de leitura, resultado de diversas parcerias. Não só acompanhou como também esteve no rastro de vários leitores. Num entra-e-sai dos vagões, diversas viagens foram feitas, na tentativa de não perder o leitor de vista. Era o início de uma história sem fim programado.

A idéia simples de repente agitou a CPTM. Da sala das bibliotecárias às catracas, das lanchonetes às revistarias, dos bancos de espera ao interior do trem, enfim, onde houvesse espaço para deixar o livro, de preferência num local de circulação de pessoas e protegido de sol forte e chuva. O clássico de Daniel Defoe, As aventuras de Robinson Crusoé, achado em Santo André, percorreu mais de cem quilômetros, em pouco mais de um mês, passando pelo Terminal Sacomã, Metrô Saúde, Paraíso, Vila Madalena para, finalmente, ser encontrado por outro leitor na Penha.

Na versão 2008, o programa distribuirá os livros graças à parceria com a Biblioteca Municipal Prestes Maia e a Editora Paulus, apoiadores do Livro Livre. O passageiro poderá escolher obras clássicas como O Ateneu (Raul Pompéia), O Cortiço (Aluísio de Azevedo), O Guarani (José de Alencar), Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto), Contos/Quincas Borba (Machado de Assis), a autores modernos como Vinícius de Moraes, Clarice Lispector e Luiz Fernando Veríssimo.

Livro Livre: a partir das 9 horas

Dia 30/10
Estações da Linha 8 – Diamante: Barra Funda, Osasco, Lapa, Carapicuíba e Itapevi

Dia 31/10
Estações da Linha 11 – Coral: Guaianases, Itaquera e Mogi das Cruzes

Maria das Graças Leocádio, da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)