Congresso em Bauru debate o desenvolvimento de tecnologias assistivas

Parceria entre ONG do setor e Universidade Estadual Paulista permite organização de evento no município do interior de SP

seg, 24/09/2018 - 8h33 | Do Portal do Governo

Na última semana, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a ONG Sorri, da cidade de Bauru, no interior do Estado, realizaram a 2ª edição do Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva. O evento reuniu cerca de 350 participantes de 15 Estados do Brasil, em comemoração ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado em 21 de setembro.

Vale destacar que próteses de baixo custo fabricadas a partir de uma impressora 3D na Unesp são customizadas para aumentar a aceitação do produto por pessoas com deficiência, em projetos ligados ao Departamento de Design da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac) e ao Programa de Pós-Graduação em Design em parceria com a Sorri.

“Nós temos uma área, que é desenvolvimento de produtos, em que buscamos projetar equipamentos ou meio auxiliares para que se melhore a funcionalidade do paciente. A Unesp vem sempre contribuindo nessa pesquisa junto com a gente”, revela Maria Elisabete Nardi, diretora-executiva da ONG Sorri.

Os projetos são desenvolvidos sob demanda dos pacientes atendidos pela parceira e conferem ainda mais conhecimento à universidade no setor. “Temos trabalhado nessa área de tecnologia assistiva no sentido de desenvolver produtos para os pacientes. Fazemos um estudo de caso e usamos a estrutura técnica e de pessoal da Unesp para desenvolver a prótese”, ressalta à TV Unesp o professor Fausto Medola, do Departamento de Design da Faac. “A personalização da prótese trabalha a aceitação dela pelo usuário, o que é sempre um desafio”, acrescenta.

Conhecimento

A tecnologia empregada no desenvolvimento de roupas e calçados foi o tema de uma das sessões do evento. “O nosso público-alvo é o plus size, que não é colocado em foco. Nossa ideia é tentar aprofundar o conhecimento no uso do escaneamento corporal 3D para desenvolvimento de produtos”, explica a mestranda da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Caelen Teger, que pesquisa como a falta de estudos das medidas corporais da população com sobrepeso se torna um problema na hora de comprar roupas.

As discussões durante os três dias de evento compõem as atividades da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (RPDTA). Formada há quatro anos pela Unesp e mais quatro universidades públicas do Paraná e de Santa Catarina, a iniciativa busca incentivar a transformação do conhecimento em produtos inclusivos.

“O objetivo da rede é que todo esse conhecimento transponha a barreira da universidade e chegue à comunidade e à sociedade. Há várias patentes que foram desenvolvidas, mas a ideia principal é que essas patentes sejam apenas o registro oficial àquilo que damos de retorno para o País”, avalia Maria Lúcia Okimoto, coordenadora da RPDTA.