Conferência Europeia de Química premia trabalho de doutorando da Unesp

Pesquisa da Universidade Estadual Paulista aborda meios de determinar com exatidão a glicose existente no organismo humano

qua, 08/08/2018 - 11h36 | Do Portal do Governo

Um estudo desenvolvido pelo aluno de doutorado Eduardo Luiz Rossini, do Programa de Pós-Graduação de Química do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, foi avaliado como um dos três melhores pôsteres apresentados durante a Conferência Europeia de Química, realizada em julho, em Roma, na Itália.

Assim, o trabalho “Novo ponto quântico de carbono para análise de glicose utilizando dispositivo de papel por adição de padrão” recebeu o prêmio “Best Poster Award”. Vale destacar que a organização escolheu as pesquisas como as melhores sem definir as colocações. É importante frisar que o doutorando é bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Também assinam a pesquisa a doutoranda Maria Izabel Milani, além da professora e orientadora Helena Redigolo Pezza. “O prêmio recebido é de extrema importância e representa não só o reconhecimento internacional da pesquisa realizada no IQ, mas também o empenho do doutorando”, destaca a orientadora.

Avanços

Eduardo Luiz Rossini analisa avanços no desenvolvimento de um dispositivo analítico microfluídico de baixo custo utilizando plataforma de papel impregnada com pontos quânticos de carbono fluorescentes e detecção por imagens digitais com aplicação na área de clínica médica.

Em linhas gerais, pontos quânticos de carbono são partículas flourescentes que se encontram na faixa de um a cem nanômetros. Cada nanômetro é igual a um bilionésimo de metro. Portanto, são visíveis somente em microscópio eletrônico.

Depois de determinado os parâmetros corretos, conforme o andamento da pesquisa, o dispositivo formado por um pedaço de papel com o composto fluorescente servirá para determinar com exatidão baixas quantidades de glicose existentes na urina ou no sangue de um paciente.

A quantidade de glicose no sangue que orienta o diagnóstico de diabetes, o nível de colesterol, o grau de obesidade e a quantidade de álcool existente na corrente sanguínea de uma pessoa. Até o momento, os resultados dos testes realizados com o uso das nanopartículas de carbono mostraram o potencial dessa técnica para identificar baixas concentrações de glicose no corpo humano.

Custos

No futuro, de acordo com o pesquisador, a técnica permitirá criar um mecanismo capaz de detectar o nível de glicose a partir da saliva, evitando, por exemplo, que um paciente diabético tenha que se furar diariamente para saber a dosagem de insulina que precisará ser aplicada no dia.

“Um dos nossos objetivos é trabalhar com tecnologias baratas para diminuir custos e poder chegar a mais pessoas”, enfatiza Eduardo Luiz Rossini, que também foi aluno de graduação e mestrado do IQ.

O doutorando explica que o estudo também poderá permitir o desenvolvimento de um exame clínico capaz de determinar concentrações de glicose até 200 vezes mais baixas que os existentes atualmente. Além do baixo custo, o material utilizado é de fácil descarte, pois será usado papel que pode ser facilmente incinerado e reduz a possibilidade de contaminação biológica.