Em sua 40ª edição, o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão será inspirado no Ano da França no Brasil e fará uma homenagem ao cinquentenário da morte do maior compositor brasileiro de todos os tempos, Heitor Villa-Lobos.
Durante quatro semanas também serão realizadas oficinas e aulas para jovens instrumentistas, ministradas por músicos e professores de renome, além de espetáculos com artistas do Brasil e do Exterior. “É de grande importância para o Brasil, são 150 músicos jovens que vem para o aprendizado e para a apresentação. Tem um papel formador, de lazer e cultural”, disse o governador Serra durante abertura.
Os primeiros acordes dessa festa da música erudita, promovida pela Secretaria da Cultura, foram dados no sábado, 4, às 21 horas, no Auditório Cláudio Santoro. O concerto de abertura teve a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob a regência de Pablo Pérez, o coro da Osesp, regido por Naomi Munakata, e cantores solistas, interpretando obras de Bizet, Canteloube, Delibes e Giménez.
O Festival prosseguirá até 26 de julho, com 45 espetáculos – a maioria a preços populares – e 18 apresentações gratuitas. Além do auditório Cláudio Santoro, as apresentações acontecerão na Praça do Capivari, Capela do Palácio Boa Vista e as igrejas Santa Terezinha, São Benedito e Nossa Senhora da Saúde.
A cerimônia de abertura contou também com a presença do secretário da Cultura, João Sayad.
Formação de músicos
O Festival de Inverno é reconhecido por formar grandes músicos. “O mais importante é constatarmos que o objetivo de ser a maior escola de música do Brasil tem sido alcançado. Campos do Jordão chega aos 40 anos cumprindo esse papel”, afirma o maestro e diretor artístico da iniciativa, Roberto Minczuc.
Este ano, o festival conta com a parceria de uma das principais escolas de música do mundo, o Conservatório de Paris. Onze professores da instituição virão ao Brasil e vão atuar com os bolsistas tanto em aulas diárias como em apresentações.
“O ano de 2009 foi escolhido para celebrar as relações culturais da França no Brasil”, explica o diretor pedagógico, Sílvio Ferraz. O intercâmbio da música francesa com a brasileira será constante nas apresentações e terá lugar de honra no concerto comemorativo a Heitor Villa-Lobos, o grande homenageado do ano, em 14 de julho. “Teremos à frente nosso Villa-Lobos, em diálogo intenso com Claude Debussy e Maurice Ravel”, diz Ferraz.
A edição deste ano traz duas novidades na programação. Uma delas é a participação do grupo francês de música antiga Le Poème Harmonique, que reúne cantores e instrumentistas em torno de músicas dos séculos 17 e 18. O concerto, programado para o dia 25 de julho, às 21 horas, além dos instrumentos e da música de época, terá outro diferencial – será sob a luz de velas.
Outro marco será o lançamento do livro dos 40 anos do Festival, no concerto de encerramento. A publicação foi realizada por meio do Projeto Memória, iniciativa que envolveu artistas e organizadores de outras edições e o público em geral. Eles emprestaram o material que resgata a história das quatro décadas do festival.
Destaques
O Ano da França no Brasil como tema do festival torna presente, em boa parte dos concertos, o diálogo entre as músicas e as culturas brasileira e francesa. É o caso do recital de Nelson Freire, programado para o dia 17. O pianista interpretará obras de Villa-Lobos e Debussy, compositor ao qual dedicou seu último disco.
Promete marcar também a apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira, tendo como solista o violoncelista Antonio Meneses. Agendada para o dia 10, terá músicas de Villa-Lobos e Roussel, entre outros.
No dia 14 de julho, será realizado o Concerto do Dia da França, com música de câmara, com François Frédéric Guy ao piano, Marc Coppey ao violoncelo, Philippe Aïche ao violino e o clarinestista Jerôme-Julien Lafferière. Interpretarão obras de Messiaen, Milhaud e Stravisnky.
No dia 21 de julho, será a vez de a Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência de Rodrigo de Carvalho, executar obras de Milhaud, Villa-Lobos, Ravel e Debussy, tendo o violonista Fábio Zanon como solista.
A Orquestra Acadêmica, composta pelos bolsistas, também levará ao público composições francesas. No dia 24 de julho, às 21 horas, tendo como solista o pianista Michel Dalberto, apresentará Ravel e Saint Saëns. Os mesmos compositores serão interpretados pela Orquestra Acadêmica no concerto de encerramento do dia 26 de julho, na Sala São Paulo (capital paulista).
Veja a programação da semana:
Orquestra Experimental de Repertório
Maestro Jamil Maluf; Ricardo Castro (piano). Vozes femininas do Coral Paulistano: maestro do coro Thiago Pinheiro. Obras de Ludwig van Beethoven, Concerto nº 4 para piano e orquestra, em sol maior, opus 58; Claude Debussy, A catedral submersa, dos prelúdios para piano (orquestração: Rogério Duprat) e Noturnos.
Segunda, 6, 21 horas (Auditório Cláudio Santoro)
Ingresso: R$ 20,00
Camerata Fukuda
Direção artística: Elisa Fukuda; maestro Ugo Kageyama; Joel de Souza (violoncelo); Renato Bandel (viola). Obras de Gabriel Fauré, Elegie para violoncelo e orquestra de cordas em dó menor, opus 24; Johann Christian Bach, Concerto para viola e orquestra de cordas em dó menor; Heitor Villa-Lobos, Bachianas brasileiras nº 9, para orquestra de cordas; Felix Mendel Mendelssohn-Bartholdy; Sinfonia nº 9 para Orquestra de cordas em dó maior.
Terça-feira, 7, 15h30 (Igreja São Benedito)
Entrada franca
Orquestra Sinfônica de Campinas
Maestrina Ligia Amadio; Yang Liu (violino). Obras de Saint-Saëns, Concerto nº 3 para violino e orquestra em si menor, opus 61; e Hector Berlioz, Sinfonia fantástica.
Terça-feira, 7, 21 horas (Auditório Cláudio Santoro)
Ingresso: R$ 20,00
Música de Câmara
Obras de Camille Saint-Saëns, Carnaval dos animais e Sonata opus 168; Henri Viextemps, Elegia opus 30; Heitor Villa-Lobos, O canto do cisne negro; Gabriel Fauré, Berceuse em ré maior opus 16 e Elegie em dó menor, opus 24; Henri Duttilleux, Sonatina; Jean Françaix, Tema e variações; e Jacques Ibert, Scales nº 2.
Quarta-feira, 8, 15h30 (Igreja Nossa Senhora da Saúde)
Entrada franca
Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto
Maestro Cláudio Cruz. Obras de Heitor Villa-Lobos, Bachianas brasileiras nº 9 para orquestra de cordas; Richard Strauss, Concerto para oboé e orquestra em ré maior, opus 144; e Georges Bizet, L’arlésienne, opus 23, suíte nº 1 e L’arlésienne, opus 23, suíte nº 2.
Quarta-feira, 8, 21 horas (Auditório Cláudio Santoro)
Ingresso: R$ 20,00
Quarteto Ysaÿe: Guillaume Sutre e Luc-Marie Aguera (violinos); Miguel da Silva (viola); Yovan Markovitch (violoncelo).
Obras de Claude Debussy, Quarteto; Henri Duttileux, Ainsi la nuit e Gabriel Fauré, Quarteto.
Quinta-feira, 9, 21 horas (Auditório Cláudio Santoro)
Ingresso: R$ 40,00
Serviço
Mais informações e a programação completa estão disponíveis no site www.festivaldeinverno.org.br
Da Agência Imprensa Oficial