Combate à praga número 1 da citricultura começa segunda em todo o Estado

Campanha foi lançada pela secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento

qui, 17/05/2007 - 16h38 | Do Portal do Governo

Citricultores de todo o Estado de São Paulo vão ganhar atenção especial a partir da próxima segunda-feira, 21, data que marca o início da Semana de Combate ao Greening – a principal praga a afetar lavouras de laranjas, limões e tangerinas. A campanha foi lançada pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, em parceria com o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), na manhã desta quinta-feira, 17, em Campinas.

Entre os dias 21 e 25 de maio, cerca de 600 técnicos da secretaria vão percorrer fazendas de todo o Estado para realizar um trabalho de conscientização do citricultor sobre o combate à doença. Assim como já é feito com o CVC, a leprose e outras doenças, os produtores deverão inspecionar a lavoura e erradicar as plantas contaminadas. “Um milhão de árvores já foram cortadas em São Paulo desde o descobrimento da doença, em 2004. Isso pesa no bolso de quem produz e é por isso que estamos nos dedicando fortemente para erradicar o greening do Estado”, frisou o secretário João de Almeida Sampaio Filho.

A campanha foi indicação dos técnicos da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, da Secretaria de Agricultura), que perceberam a importância de conscientizar os produtores a respeito da doença. A partir do dia 21, eles vão promover reuniões, palestras e ações práticas de combate à doença entre os citricultores. As ações serão realizadas tanto em pomares infectados como em pomares livres da doença. Técnicos das 40 unidades regionais da coordenadoria estão envolvidos.

Os citricultores têm até o dia 31 de julho para apresentar um relatório sobre a erradicação das plantas contaminadas. Depois, técnicos da CDA (Coordenadoria de Defesa Agropecuária) vão inspecionar as fazendas e, caso encontrem irregularidades, notificarão os proprietários. “Nossa principal preocupação é levar o máximo de informação possível aos produtores”, destacou o coordenador da CATI, Francisco Eduardo Bernal Simões.

Fazendas com até 10 mil árvores têm 15 dias para tomar as providências, fazendas com até 30 mil têm 30 dias, até 100 mil têm 45 dias e as fazendas com mais de 100 mil árvores têm prazo de 60 dias. “Caso os agricultores não eliminem a doença de suas fazendas, o CDA vai fazer este trabalho, que será cobrado, assim como a multa pelo descumprimento da instrução normativa”, lembra o coordenador do CDA, Anselmo Lucchese Filho.

Lavouras infectadas

O greening é uma doença que atinge todos os tipos de citros e não tem cura, o que acaba trazendo sérios prejuízos aos produtores. Seu combate foi determinado por lei através da Instrução Normativa número 32, outorgada em 29 de setembro do ano passado pelo Ministério da Agricultura. Um pé contaminado morre em cerca de cinco anos – a vida útil de um citros é de 18 anos.

Técnicos da secretaria verificaram que 123 dos 350 municípios paulistas têm lavouras infectadas com a doença. O número, no entanto, não é mau indício. As fazendas infectadas representam apenas 1% da produção anual de citros no Estado. O presidente da Fundecitrus, Osmar Bergamaschi, dá a sugestão: “aconselhamos seriamente a todos os produtores que eliminem os pés contaminados imediatamente, pois a praga volta a atacar caso apenas os frutos sejam recolhidos”. Doze técnicos do fundo foram mobilizados para a semana.

Os principais sinais da doença são ramos amarelados, folhas com manchas verde-claras ou amareladas, deformação, redução e queda de frutos, maturação irregular dos frutos, desfolha, seca e morte de ponteiros das árvores. Ainda é possível observar manchas circulares verde-claras na casca do fruto, sementes abortadas e maior espessura da parte branca da casca.

A colheita da laranja na safra agrícola 2006-2007 deverá atingir 360,1 milhões de caixas de 40,8kg. O número representa um acréscimo de 3,4% em relação à safra passada. Em 2006, São Paulo contabilizou US$ 1,4 bilhão em exportações de suco de laranja.

Leia mais:

Íntegra da Instrução Normativa número 32 do Ministério da Agricultura, no site da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo:

http://www.cda.sp.gov.br/www/legislacoes/popup.php?action=view&idleg=763

Manoel Schlindwein