Com megaoperação, Sabesp realiza a troca de válvula do Sistema Cantareira

Equipamento estava em operação desde 1974 e corria o risco de comprometer o sistema de abastecimento

qua, 22/08/2007 - 11h01 | Do Portal do Governo

Dez milhões de reais, seis meses de planejamento e mil funcionários envolvidos. Esse o resultado da megaoperação que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) realizou para a troca de uma válvula defeituosa na Estação Elevatória de Santa Inês, do sistema de abastecimento da Cantareira, na zona norte da capital. De acordo com a companhia, cerca de 8,5 milhões de pessoas foram temporariamente atingidas pela interrupção no fornecimento de água em toda a Grande São Paulo. “Não é a primeira vez que realizamos um trabalho desse porte. Em 2003, realizamos outra megaoperação para a manutenção dessa mesma válvula, que está em operação desde 1974”, explicou Hélio Luiz Castro, superintendente de Negócios de Produção de Água.

A válvula trocada pesa 16,5 toneladas, tem diâmetro de 1.100 mm e já bombeou mais de 7,3 bilhões de metros cúbicos de água. Somente para retirar seus mais de 100 parafusos, foram necessárias duas horas de trabalho. Por causa da complexidade da manutenção, 25 profissionais trabalharam diretamente na operação. Os outros 985 empregados trabalharam em diversos serviços e nas atividades de apoio.

“A troca foi feita para corrigir um vazamento de óleo que, posteriormente, poderia comprometer os equipamentos e colocar em risco o fornecimento de água”, explicou Castro.

Para minimizar transtornos aos clientes, a Sabesp utilizou a estratégia de aumentar a produção de água dos Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para que as regiões de Cangaíba, Jardim Popular, Jabaquara, Campo Belo, Americanópolis e o espigão da Paulista ficassem abastecidas.

Além da troca da válvula, outros 42 serviços de manutenção foram realizados durante as 19 horas de paralisação do fornecimento de água. A interrupção teve início às 4 horas (sábado) e terminou antes do horário previsto (23 horas). Foi o que ocorreu, por exemplo, na casa de Maria Helena Pacheco, na Vila Maria, zona norte da capital. “A água voltou às 20 horas na minha casa. Estava preocupada porque tenho dois filhos pequenos”, disse a moradora.

“Resolvemos realizar manutenção em outros pontos, como do sistema Guaraú, para evitar novas paradas que afetariam ainda mais a população”, explicou o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira. O executivo disse que hospitais e pronto-socorros não ficaram desabastecidos. “Para esses locais, houve o envio imediato de caminhões-tanque para o abastecimento”.

Além dos funcionários da empresa, foram contratados mergulhadores que ajudaram na limpeza dos reservatórios. “Esses profissionais entram nos reservatórios e retiram entulhos ou galhos de árvores que vêm junto com a água recolhida”, explicou o presidente da companhia.

Call center

Para a megaoperação, 114 atendentes da Central 195 ficaram de plantão para evitar o congestionamento da linha. De acordo com Regina Siqueira, supervisora de Planejamento e Desenvolvimento da Sabesp, ocorreu uma elevação de 40% nas chamadas do call center. “Desativamos a parte comercial do atendimento para priorizar as chamadas relativas a essa operação. Até as 10 horas da manhã do sábado, ocorreram 7.546 chamadas, das quais 3.500 eram somente sobre a paralisação do sistema Cantareira. Normalmente, nos sábados, ocorrem 5 mil ligações e nos domingos 3 mil. A demora no atendimento não chegou a um minuto”, comemorou Regina. No final da operação, a central telefônica já havia recebido quase 90 mil ligações. A supervisora explicou que a principal dúvida dos consumidores estava relacionada ao retorno do abastecimento e quais as medidas que deveriam ser tomadas durante a paralisação. No período, o site da empresa registrou 74 mil acessos.

Maria Lúcia Zanelli

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)