Ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ao longo da história, participou de momentos importantes do incentivo à divulgação científica no Brasil. Em um evento na capital paulista, a biblioteca digital on-line Scientific Electronic Library Online (SciELO) celebrou 20 anos de existência.
Vale destacar que a plataforma foi criada em 1997 por Rogério Meneghini, que, à época, era professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), além de Abel Laerte Packer, do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (Bireme/OMS).
No mesmo ano, ambos levaram a ideia de conceber a biblioteca eletrônica de acesso aberto para a Fapesp. Em 1998, os idealizadores lançaram o SciELO, com apoio da Fapesp e da Bireme/OMS de modo a reunir revistas científicas de qualidade em todas as áreas do conhecimento e em vários idiomas, além de operar um portal de acesso e busca facilitada ligados à ciência.
Em 2018, são 291 revistas no Brasil, com uma média de mais de 800 mil acessos por dia. O projeto-piloto da iniciativa, em 1998, contava com dez periódicos. “Trata-se de um programa de apoio à infraestrutura de pesquisa que contribui para o progresso da ciência brasileira. Isso ocorre através do aperfeiçoamento dos periódicos e da capacidade de fazer comunicação científica”, explica à Agência Fapesp o diretor do SciELO, Abel Laerte Packer.
Expansão
É importante frisar que o modelo se expandiu para outros 15 países. No mundo, a plataforma reúne atualmente mais de 1,2 mil periódicos. “O SciELO um projeto vencedor e exemplo para o mundo, não apenas para a América Latina. Criamos um modelo com acesso livre e garantia de visibilidade”, avalia o diretor-científico da Fapesp no início das atividades da biblioteca digital, José Fernando Perez.
De acordo com Rogério Meneghini, havia recursos significativos para a evolução da plataforma. “A Fapesp repassa 90% dos recursos necessários. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico contribuem com o restante”, revela.
“O SciELO cumpre a missão de aumentar a visibilidade dos trabalhos científicos editados e publicados no Brasil. O projeto montou uma das primeiras coleções de revistas de acesso aberto à publicação científica no mundo, quando pouca gente falava no assunto”, salienta o diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.
É importante frisar que, no mundo, 25% dos artigos científicos têm acesso aberto, que não dependem de editoras comerciais para editoração. Em território nacional, com o SciELO, os números são inversos, em que 80% dos periódicos possuem acesso aberto e gratuito. A rede engloba todas as bibliotecas dos outros países-membros e tem os periódicos indexados nos principais portais de publicações científicas no mundo.