Citricultores participam mais do combate ao greening

É o que atestam os relatórios recebidos pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA)

sex, 30/01/2009 - 20h04 | Do Portal do Governo

A adesão do citricultor no combate ao greening, doença que ataca os laranjais, tem aumentado em todo o Estado de São Paulo. É o que atestam os relatórios recebidos pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento responsável pela sanidade animal e vegetal, até o dia 15 de janeiro (data final de entrega). Neles, constam que das 19.147 propriedades com citros, 14.690 entregaram relatórios de inspeção e erradicação das plantas com a doença, representando 77,68% do total. Eles apontam também que 1,34 milhão de árvores doentes foi erradicada pelos citricultores.

Nos relatórios do ano passado, entregues em janeiro e julho, os índices de adesão foram de 62% e 65%, respectivamente. A erradicação em julho tinha sido de 900 mil plantas. Quanto ao avanço da doença, também houve uma relativa diminuição devido à maior participação do produtor, 44,26% (6.583), de um total de 14.690 relatórios apontam presença da doença na propriedade, somando 212 milhões de árvores inspecionadas. No levantamento de julho passado, o índice de infestação era de 47,80% e no anterior (janeiro de 2008), 37%.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, a conscientização do citricultor deve-se em muito aos 11 seminários regionais realizados pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Pasta (Cati) justamente com esse intuito, à massiva campanha de mídia do Governo do Estado nas regiões produtivas e também à orientação, fiscalização e agilidade da CDA diante das alterações na legislação.

Em outubro último, foi editada a Instrução Normativa nº 53 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, alterando a anterior, a de nº 32. Dentre as mudanças, a principal dela se deu na ação da CDA, que pode atuar na fiscalização direta para checar se o citricultor está cumprindo a IN e eliminando as plantas doentes. Antes, os técnicos da Defesa faziam uma inspeção amostral com coleta inicial. Uma vez emitido o laudo confirmatório, o produtor era então notificado para fazer a erradicação. Isso envolvia até três meses de processo.

Outras alterações prevêem que o citricultor faça a inspeção, no mínimo, trimestral de seu pomar, objetivando identificar e eliminar as plantas com sintomas de greening, ficando ainda obrigado a apresentar dois relatórios anuais à CDA, comunicando  sobre a inspeção, ocorrência da doença e eliminação de plantas doentes, como previsto já na IN anterior. O primeiro relatório deve ser entregue até 15 de julho e, o segundo, até 15 de janeiro.

“Com inspeções regulares na propriedade, é possível controlar a doença, arrancando as árvores doentes, já que essa é a única forma de combate. A maior participação do citricultor na gestão sanitária do pomar é imprescindível para o controle da doença”, afirma o secretário.

O greening atinge todas as variedades e é considerada a pior doença de citros no mundo, transmitida por um inseto vetor (o psilídeo Diaphorina Citri).  Os principais sintomas são ramos amarelados, folhas mosqueadas (manchas verde-claras ou amareladas), deformação, redução e queda de frutos, maturação irregular dos frutos, desfolha, seca e morte de ponteiros das árvores, manchas circulares verde-claras na casca do fruto, sementes abortadas e maior espessura da parte branca da casca.

A laranja é o terceiro produto no valor da produção paulista, perde para cana e carne bovina. Gera 400 mil empregos e as exportações de suco da fruta totalizaram US$ 2,16 bilhões em 2008.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento