Duas exposições na capital paulista apresentarão um panorama da obra do arquiteto Ruy Ohtake, desde recém-formado até projetos atuais, poderá ser conferido por interessados pela área ainda neste mês.
O Museu da Casa Brasileira (MCB), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado, gerido pela Sociedade Civil por meio da A Casa Museu de Artes e Artefatos Brasileiros, exibe cerca de 40 projetos construídos ou em construção, com curadoria de Agnaldo Farias. A visitação ocorre a partir de 26 de fevereiro.
Já o Instituto Tomie Ohtake traz a produção como designer, por meio de aproximadamente 25 peças selecionadas pelos curadores Fábio Magalhães, Marili Brandão e Priscyla Gomes, com inauguração prevista para 25 de fevereiro.
Arquitetura e mobiliário
As mostras, que ocorrem simultaneamente, buscam aprofundar os momentos de Ruy Ohtake na arquitetura e no mobiliário que descrevem iniciativas e pesquisas únicas, nas quais o arquiteto se debruçou. Vale lembrar que a última exposição que situou em perspectiva o trabalho do arquiteto foi realizada em 2008, para celebrar os 60 anos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP).
Promovida em associação com o Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, a exposição no Museu da Casa Brasileira apresenta o pensamento espacial de Ruy Ohtake, um dos principais arquitetos brasileiros. Por meio de maquetes, desenhos, croquis, fotografias e vídeos, Agnaldo Farias concentra a extensa produção de quase 60 anos em um conjunto de 42 projetos.
“A mostra ressalta a concepção de Ruy Ohtake sobre qual deve ser o papel da arquitetura para o homem contemporâneo, como a sua obra vai assumindo diferentes traduções, conforme a natureza do projeto, o impacto que, pelo imprevisto de sua massa, de suas formas, espaços e cores, pode provocar no trecho da cidade onde se inscreve”, salienta o curador Agnaldo Farias.
Oficinas
Conhecido por testar materiais nos canteiros de obra ou junto à indústria, foi no concreto que o arquiteto desenvolveu as mais variadas experiências. Para que o público possa conhecer os processos, o Museu da Casa Brasileira realizará laboratórios de concreto voltados tanto ao público especializado, de estudantes e profissionais da área de arquitetura e design, quanto ao público em geral. As oficinas serão orientadas pelo arquiteto e especialistas da área durante o período da exposição.
As atividades abertas ao público em geral serão divulgadas pelo programa do educativo do MCB ao longo da exposição. As oficinas destinadas ao público especializado, sobretudo nos campos da arquitetura e do design, incluirão projeto de forma e concretagem de pequenas peças utilizando alta tecnologia de concreto. As inscrições estarão abertas entre 26 de fevereiro e 5 de março, com informações pela internet.
Design
No Instituto Tomie Ohtake, estão reunidas peças de mobiliário, objetos e materiais de acabamento criados por Ohtake. Segundo especialistas, o arquiteto múltiplo é perito em definir desde projetos de escala urbana até detalhes mais sutis, que configuram uma investigação sobre como é possível desenvolver mobiliário e edificação.
Nos projetos de arquitetura, ele desenha elementos como mesas, estantes, sofás, aparadores e escadas, em concreto. “Há muitos anos, Ruy Ohtake tem um modo de agir único, com a arquitetura e o design inseridos no mesmo corpo”, afirma o curador Fabio Magalhães.
A mostra reúne, além de obras originais, desenhos, modelos volumétricos, vídeos e entrevistas com o arquiteto. De acordo com a curadora Priscyla Gomes, os elementos selecionados reiteram associações entre os raciocínios construtivos, nos quais cortes e dobras definem aspectos estruturais da composição. “A contemporaneidade do arquiteto está alinhada a um pensamento vanguardista no qual estar à frente é decidir com liberdade novos parâmetros à criação”, avalia.
