Cenário no Jardim Elisa Maria é modificado após intensa presença policial

Uma das atividades realizadas em prol da sociedade são os atendimentos odontológicos, que visam tratar a saúde bucal das crianças de 5 a 12 anos

sáb, 26/05/2007 - 12h08 | Do Portal do Governo

Desde o dia 13 de março deste ano, o dia-a-dia da população do Jardim Elisa Maria, zona norte da Capital, e a movimentação nas ruas do bairro são diferentes. Trata-se dos cerca de 600 policiais militares, em 160 viaturas, realizando patrulhamentos ostensivos no combate a criminalidade. Além disso, diariamente são realizadas ações sociais que beneficiam a todos no local.

Uma das atividades realizadas em prol da sociedade são os atendimentos odontológicos, que visam tratar a saúde bucal das crianças de 5 a 12 anos. Até o momento, ao longo dos 48 dias de trabalho, os policiais militares dentistas já atenderam 394 pequenos moradores, sendo que foram feitos mais de 1 mil procedimentos.

Gildo Santana de Mello, morador do Jardim Elisa Maria, levou a filha de 7 anos para receber cuidados odontológicos: “Antes de a Polícia Militar iniciar este trabalho aqui, minha filha nunca havia ido ao dentista”, comemora o pai.

A dentista e tenente da Polícia Militar, Camila Freitas Carvalho, explica sobre os diversos casos semelhantes ao da filha de Mello: “De todos os casos que atendemos aqui, estimo que cerca de 70% das crianças nunca receberam o atendimento de dentistas. Apesar disso, notamos que aos poucos essas crianças carentes estão tendo mais acesso aos cuidados com a saúde bucal”, finaliza.

Prestígio internacional

O ex-prefeito da cidade de Bogotá, na Colômbia, Antanas Mockus, esteve no Jardim Elisa Maria na última quinta-feira, dia 24. Ele reconheceu não só o trabalho montado pela Polícia, mas também a estrutura social que está sendo deixada no local. “Estou admirado com esse trabalho. Parece muito importante que se resolvam os problemas ligados à segurança com trabalho efetivo que, ao mesmo tempo, respeita os direitos humanos. Esse tipo de operação tem como base a cooperação, o Estado atuando em conjunto com a sociedade”, comenta o ex-prefeito.

Assim como Mockus, o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Ronaldo Marzagão, também acredita que a ligação entre Estado e direitos sociais é fundamental. “Promover a inclusão social é promover a segurança pública”, conclui Marzagão.

Polícia Ambiental cumpre seu papel na educação

Visando a educação e a boa formação dos estudantes, o Comando de Policiamento Ambiental ministrou seis palestras sobre os temas: Preservação do Meio Ambiente e Correta Utilização dos Recursos Naturais, sempre adequando a linguagem para atingir desde a criança de dois anos até o adolescente de 15.

Mais de 2.500 pessoas já prestigiaram os conhecimentos dos policiais ambientais. Durante uma das apresentações, proferida a cerca de 250 crianças de 3 a 6 anos, na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Caio Graco da Silva Prado, nota-se a atenção voltada ao palestrante.

Ao final do encontro, os alunos se recordam de todos os tópicos, sem exceção, abordados no bate papo: “Lixo é no lixo. Lugar de passarinho não é na gaiola. Nunca devemos maltratar os animais”, entoam as crianças.

População mais segura

“Durmo tranqüila desde que a Polícia chegou aqui”, diz com sorriso nos lábios uma dona de casa que vive no Elisa Maria, mas preferiu não se identificar. Não só a sensação, mas a segurança em si é visível em meio às pessoas que passam pelas ruas. Mas alguns moradores lamentam a saída das tropas especiais do policiamento de Choque da Polícia Militar, pois acham que o trabalho é bom, mas quando a polícia for embora, o crime pode voltar.

Esse receio não é somente dos moradores. Durante encontro com autoridades no local, na última quinta-feira, dia 24, Ronaldo Marzagão explicou o que acontecerá após o término da Operação: “Não vamos deixar o mesmo efetivo, de 600 homens de tropas especiais, mas vamos deixar uma estrutura policial suficiente para que o pessoal que vai cuidar do desenvolvimento social possa ter segurança para trabalhar e as pessoas continuem vivendo em paz e com segurança”, afirmou.

O reflexo dentro das escolas

Dentro das escolas, os profissionais da educação vêem as mudanças pelo comportamento dos alunos. Apesar de não residir no bairro, o professor de educação física da escola Professora Luiza Salette Junca de Almeida, Luiz Loschiavo Júnior, relata o que presencia em meio aos jovens: “As crianças comentam, felizes, que irão receber atendimento odontológico. Um outro garoto chegou à escola todo empolgado, mostrando para os colegas o RG que havia acabado de tirar no Poupatempo Móvel, como se fosse um troféu”.

Loschiavo lembra ainda algumas invasões que ocorriam na quadra de esportes da escola: “Como a quadra de esportes fica do lado de fora da escola, sofríamos muito com as invasões. A molecada que passava na rua, via a quadra vazia, pulava o muro e ficavam ali, jogando futebol. Depois da implantação desta operação, isso nunca mais aconteceu. E olha que estas invasões eram freqüentes”.

A diretora da mesma instituição de ensino, Iraci Pereira da Silva, conta os comentários que ouve nos corredores da escola. “Os alunos que estudam a noite estão mais tranqüilos na hora de ir embora. Quando saem, sabem que existirá policiamento nas ruas, sentem que estão mais guardados, ou seja, tem alguém cuidando deles e da segurança na região”.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança Pública

(R.A.)