O Comando do 4º Batalhão de Polícia Militar de Bauru realiza, desde 1997, o Projeto Equoterapia, que utiliza cavalos para desenvolver equilíbrio, auto-estima, raciocínio e coordenação motora de pessoas acometidas de derrame, paralisia cerebral, tetraplegia, autismo, paraplegia, síndrome de Down e outras dificuldades. O trabalho é feito em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e filiado à Ande-Brasil, instituição que coordena todos os cursos de equoterapia do País.
Para participar do projeto, é necessária orientação médica, para comprovar que o paciente necessita desse tratamento. Dessa forma, é possível fazer a inscrição e aguardar na fila. Assim que a vaga é aberta, a pessoa passa por exames na Apae e começa o tratamento. Qualquer pessoa interessada pode se inscrever e não é preciso estar matriculada na Apae.
O sargento Carlos Almir Boaventura, instrutor e responsável pelo projeto, informa que atualmente 14 pessoas são atendidas e outras 200 aguardam na fila. As sessões, cada uma de meia hora, ocorrem gratuitamente todas as quintas-feiras, das 7 horas ao meio-dia, no Centro de Equoterapia Olímpio Cássio Soares. O tempo de permanência de cada pessoa depende de vários fatores, entre os quais suas necessidades e a rapidez com que atinge melhoras.
A utilização do cavalo é essencial. Ao se movimentar, o animal mexe a frente, a parte de trás e ambos os lados, para cima e para baixo. Tudo isso provoca no paciente a sensação de que está andando e há estímulo à coluna cervical.
O tratamento é acompanhado por psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas da Apae, além de oficiais que cuidam dos animais e ajudam na segurança do paciente. Os cavalos utilizados são dóceis, oriundos do policiamento, e apresentam andadura específica. Atualmente, dois cavalos são empregados no tratamento.
Avanços significativos
O advogado Eduardo Jannone da Silva, 31 anos, sofreu lesão alta na coluna cervical, em 2003, conseqüência de acidente automobilístico, e ficou impossibilitado de andar. Freqüentador da Apae, soube da equoterapia e se inscreveu. Há três anos e meio faz o tratamento no Centro de Bauru, e diz que obteve ótimos resultados. “Quando comecei, a minha dependência era muito grande, o instrutor ia comigo no cavalo. Hoje, minha respiração e equilíbrio melhoraram bastante”, conta Silva.
O advogado ressaltou que não tem receio da técnica com os cavalos e que o tratamento proporciona avanços em seu quadro clínico até hoje. “Nós sabemos o trabalho primordial da Polícia Militar, que é a repressão ao crime, e mesmo assim os policiais realizam este tratamento, muitas vezes em seus horários de folga. Fico muito grato”, finaliza Silva.
Jennifer Arrivabem, da Secretaria da Segurança Pública
(M.C.)