Casos de catapora diminuem em São Paulo

Neste ano, até o momento, houve 1.189 casos relacionados a surtos no Estado

ter, 16/10/2018 - 15h47 | Do Portal do Governo

 

O Centro de Vigilância Epidemiológica esclarece que, conforme diretriz do Ministério da Saúde, a catapora, menos conhecida como varicela, não é uma doença de notificação compulsória para casos individuais em São Paulo, onde apenas surtos são notificados.

Neste ano, até o momento, houve 1.189 casos relacionados a surtos no Estado. Já em 2017, foram notificados 4.993 casos relativos a surtos.

A catapora atinge principalmente crianças, mas adultos infectados com o vírus requerem cuidados especiais, sobretudo se tiverem outras doenças associadas, pois eleva o risco de complicações. Altamente contagiosa, a patologia caracteriza-se pela presença de febre e de pintas vermelhas espalhadas em todo o corpo, que evoluem para crostas, até a cicatrização. Durante esse período, os sintomas são parecidos com os de um resfriado: febre e mal-estar. A catapora é transmissível mesmo sem ter aparecido na pele.

Segundo a infectologista do Emílio Ribas, Yu Ching Lian, após a contaminação, deve-se manter o resguardo em casa, com descanso e higiene adequada. “Crianças sem disfunção imunológica não precisam tomar nenhuma medicação especial. O ideal é lavar as lesões com sabão normal durante o banho, secar, não fazer uso de nenhum tipo de pomada e não fazer curativo”, explica. Para quem tem doenças como câncer e HIV, o recomendado é a internação para tratamento adequado, evitando complicações maiores.

A médica explica, ainda, que os locais de maior contaminação do vírus em crianças são as escolas e creches. Por isso, após constatar a catapora, é importante afastar a criança de ambientes coletivos, procurar o médico, e começar a tratá-la imediatamente.

A vacina contra a catapora é a forma mais segura de prevenir a doença. A tetra viral – que também protege contra caxumba, rubéola e sarampo – é aplicada em crianças com 15 meses, após ter recebido a tríplice aos 12 meses. Caso a tríplice não tenha sido ministrada, basta procurar o posto de saúde mais próximo. Neste caso, a tetra viral é aplicada após 30 dias.

Segundo Telma Carvalhanas, diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória, do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), os infectados pelo vírus da catapora precisam ter especial atenção com as condições de higiene da pele e também com a alimentação. No caso de crianças, deve-se ainda evitar o contato com outras crianças que estejam com a doença. “Quem estiver doente deve ficar em casa. Somente assim é possível evitar surtos”, explica a médica do CVE.

A diretora orienta ainda que, uma vez doente, é preciso ter cuidado com as infecções, que podem ocorrer por causa das feridas na pele. Do contrário podem ocorrer complicações, como infecção secundária das lesões de pele, pneumonia, encefalite, complicações hemorrágicas, hepatite, artrite, e infecção invasiva grave, com risco de óbito. As pessoas com baixa imunidade podem apresentar quadros mais graves da doença.

“É necessário manter o paciente muito bem higienizado. As lavagens de mãos têm que ser excessivas para evitar que as bolhas se contaminem e infecções mais graves aconteçam”, conclui Telma.