Balanço do semestre indica queda da criminalidade em SP

Tendência é registrada em diversas modalidades enquanto em outras se mantém estabilizadas

qua, 01/08/2007 - 15h10 | Do Portal do Governo

Levantamento referente ao primeiro semestre deste ano divulgado nesta quarta-feira, 1, pela Secretaria Estadual da Segurança Pública mostra tendência de queda em diversas modalidades de crime. E aquelas que não apresentaram redução mantiveram-se estáveis em comparação com o primeiro semestre de 2006.

A seguir o sociólogo Tulio Kahn, coordenador da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento da SSP), comenta a  evolução criminal no Estado de São Paulo, considerando os principais indicadores:

Homicídio doloso e tentativa de homicídio

A tendência de queda iniciada em 2000 continua. O número de ocorrência registradas no primeiro semestre de 2007 foi 21,7% menor do que o do primeiro semestre de 2006.  Se comparada ao primeiro semestre de 1999, a queda chega a 60,7%. A tentativa de homicídio segue a mesma tendência: caiu 18,2% com relação ao ano passado e 39% em comparação com o mesmo período de 1999.

Durante a revisão das estatísticas, constatou-se que os dados publicados anteriormente estavam ligeiramente superestimados, pois diversas tentativas de homicídio foram erroneamente classificados como homicídios consumados.

Latrocínio

O recuo nas ocorrências também tem ocorrido nessa modalidade. O índice do primeiro semestre de 2007 foi 13,7% menor do que o mesmo período de 2006 e 67% em relação a 1999.

Durante a revisão das estatísticas, constatou-se que os dados publicados anteriormente estavam superestimados, pois diversos casos de resistência e tentativa de homicídio foram erroneamente classificados como latrocínios.

Estupro

A tendência se queda nessa modalidade começou a ser registrada no final de 2004. Em 2007 caiu 11% em relação ao primeiro semestre de 2006, passando de 1.775 para 1.579 casos neste primeiro semestre de 2007. A revisão constatou que os números de estupros publicados pela resolução 160 eram bastante próximos aos enviados pelo infocrim, sendo inclusive ligeiramente superiores, de modo que a Secretaria de Segurança Pública manteve a série anteriormente publicada.

Extorsão Mediante seqüestro

Desde o primeiro trimestre de 2003, os seqüestros se mantêm estáveis, com cerca de 30 casos por trimestre. Neste semestre, observamos a continuidade do padrão anterior: foram 54 casos registrados no primeiro semestre de 2007, contra 66 no primeiro semestre de 2006.

Roubos e furtos de veículos

Roubos e furtos de veículos caíram respectivamente 10% e 7,7% neste semestre, em relação ao mesmo período de 2006. A tendência de queda vem sendo registrada desde 2000.

Roubo a banco e de carga

Estas foram as duas modalidades criminais mais afetadas pela revisão das estatísticas desde 2004, pois os números anteriormente publicados não refletiam a realidade destes crimes.

Por outro lado, embora a magnitude destes crimes tenha se revelado maior do que se supunha, quando as séries foram corrigidas para os patamares atuais constatou-se que ambos estavam com tendência declinante: os roubos a banco passaram de 220 no primeiro semestre de 2006 para 161 casos em 2007, uma redução de 26,8%.

Os roubos de carga estão praticamente estabilizados, notando-se apenas uma ligeira redução de 1,7% do ano passado para cá.

Roubo e furtos outros

Esses dois indicadores também estão praticamente estabilizados desde 2003, interrompendo uma série de crescimento que se iniciara em 1995. Neste semestre, a estabilidade foi mantida, com o “roubo outros” apresentando ligeiro crescimento de 2,1% e “furto outros” caindo 1,4%.

Indicadores de atividade policial

Mesmo com a diminuição da criminalidade, o total de prisões efetuadas subiu de 48.396 no primeiro semestre de 2006 para 56.754 neste semestre – um crescimento de 17,2% na atual administração.

Refletindo o maior empenho das polícias no período, as ocorrências relacionadas ao tráfico de entorpecentes – indicador de atividade policial – apresentaram crescimento de 26,9% neste semestre, comparativamente ao mesmo período de 2006.

Apesar do esforço policial, o volume de armas apreendidas continua caindo desde 2003, após o Estatuto de Desarmamento. Neste semestre foram apreendidas 9,2% menos armas do que no primeiro semestre de 2006. Esse índice aponta para a contínua diminuição de pessoas andando armadas nas ruas, com o aumento da punição legal e da probabilidade de apreensão depois do Estatuto.

Da Secretaria de Segurança Pública