Arte no Metrô, CPTM e EMTU já é parte da agenda cultural de SP

Diversas exposições, programas e ação culturais são oferecidas aos usuários dos transportes metropolitanos de São Paulo

dom, 09/09/2007 - 10h09 | Do Portal do Governo

O mês de agosto reuniu uma série de apresentações especiais em comemoração aos 10 anos do Programa Arte nos Terminais da EMTU. A iniciativa da empresa, em parceria com a concessionária Metra, promove eventos artísticos e culturais gratuitos aos 200 mil passageiros diários do Corredor Metropolitano São Mateus-Jabaquara.

Acesso à cultura não é privilégio apenas daqueles que transitam nos ônibus da EMTU. Cerca de 1,6 milhão de usuários que viajam nas seis linhas da CPTM contam com diversos programas e atrações culturais. No primeiro semestre de 2007, a Companhia bateu seu próprio recorde no número de eventos realizados para os usuários. Foram 11 exposições, 32 apresentações musicais, quatro peças de teatro, seis espetáculos de dança, quatro intervenções artísticas, dois desfiles de moda, além de avaliações de saúde, capoeira e tai chi chuan.

Além de 85 obras de arte distribuídas em 30 estações, os quase três milhões de pessoas que circulam pelo Metrô diariamente também podem acompanhar diversas ações do Programa Ação Cultural, que já levou exposições de artes, espetáculos musicais e artes cênicas. Todos os meses é divulgada uma agenda que já faz parte da vida cultural da cidade.

Arte nos Terminais

Desde 1997, as manifestações do Programa Arte nos Terminais têm agitado quatro vezes ao mês, em média, os terminais do Corredor, que atravessa quatro municípios do ABC paulista na ligação da zona Leste à zona Sul de São Paulo. São 13 linhas operadas por uma frota de 200 ônibus que realizam cerca de 4 mil viagens.

O Programa Arte nos Terminais tem o objetivo de propiciar diferentes manifestações culturais às comunidades atendidas pelo sistema de transporte intermunicipal metropolitano. Desde 2003, quando se imprimiu maior regularidade e diversidade à programação, foram realizadas cerca de 200 atividades, como apresentações musicais e teatrais, exposições e eventos relacionados a campanhas sociais.

A disponibilidade de espaços e a grande concentração de pessoas favorecem o surgimento das manifestações culturais e possibilita a aproximação do sistema de transportes com seus usuários. Mesmo as dificuldades físicas dos terminais, como pés direitos altos que produzem relativa ressonância dos ruídos provocados pela operação dos veículos e um público de passagem, pouco propenso a parar por longos períodos para prestigiar as atrações, não impediram o sucesso do projeto da EMTU.

As características dos terminais e o perfil do público, devidamente analisados por especialistas, pautaram a formulação da estratégia a ser seguida com relação à busca e seleção de atrações a serem apresentadas. Desta forma, são privilegiadas atrações de impacto, capazes de atrair positivamente a atenção dos que transitam nos terminais.

Outro cuidado da EMTU é apresentação de espetáculos musicais não muito longos, com duração menor que uma hora. Os números também são curtos para atender uma platéia normalmente rotativa. No caso das exposições, elas permanecem por períodos relativamente longos (10 a 15 dias) em cada terminal. Além de atingir um público maior, permite que a exposição seja vista por partes (um pouco por dia) pelo mesmo cliente.

Para reduzir os custos do projeto, a empresa procurou parcerias com entidades, como a Polícia Militar (Corpo Musical), com empresas e campanhas do Estado e dos Municípios (Sabesp, Fundação Casa, Secretarias Municipais de Cultura e Saúde, Organizações Não Governamentais). As parcerias permitem também oferecer oportunidades a novos talentos.

Ação Cultural

O programa do Metrô foi iniciado nos anos 70, mas oficializado em 1986. Desde o início, tem transformado as estações em palco para muitas atividades culturais, como exposições de arte, espetáculos musicais e de artes cênicas. As ações são planejadas para oferecer entretenimento, informação e cultura. Valorizam o cotidiano das pessoas que se utilizam desse modo de transporte.

A Ação Cultural já levou o talento de universitários na música e nas artes cênicas para as estações. O projeto Quarta Musical Itaú Metro, realizado em parceria com o Banco Itaú, também marcou a história do programa, levando grandes nomes da música brasileira à Estação São Bento às quartas-feiras na hora do almoço. Outra iniciativa de grande sucesso é o Canto Coral de Natal que, todos os anos durante o mês de dezembro, apresenta diversos corais que entoam músicas natalinas em várias estações.

Parceria com o Conselho Paulista de Cinema aproximou os usuários do Metrô com o cinema nacional. Exposições temáticas sobre filmes brasileiros eram montadas em estações e os usuários tinham a chance de participar de promoções com direito a ingressos para assistir o filme. O Viagem ao Cinema, iniciado em abril de 2004, apresentou filmes como “Olga”, “Nina”, “Contra Todos”, “Jogo Subterrâneo”, “Cabra-Cega”, “Mais Uma Vez Amor”, “O Coronel e o Lobisomem”, “Quanto Vale ou é por Quilo” e “Se eu Fosse Você”.

Além das exposições, o Metrô abriga 85 obras de artes, distribuídas em 30 estações. Participam do projeto Arte no Metrô 59 artistas renomados, como Maria Bonomi, Alex Flemming, Tomie Otake, Mauro Gruber, Gontran Guanaes e Aldemir Martins. O subterrâneo de São Paulo possui uma verdadeira galeria de arte, com 20 painéis, 10 murais, 14 pinturas sobre tela, três instalações, seis instalações/escultura, duas instalações/poemas, 15 tratamentos cromáticos e 15 esculturas.

O projeto foi formalizado em 1988, quando passou a estabelecer critérios e organizar o acervo de obras. A escolha das obras de arte contemporâneas que compõem o acervo é realizada de maneira minuciosa, desde 1990, por uma Comissão Consultiva de Arte, formada por representantes da Pinacoteca do Estado, do MASP, do MAM, do IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil, da ABPA – Associação Paulista de Belas Artes e por representantes das áreas de Marketing e Arquitetura da Companhia do Metropolitano de São Paulo.

Trilhos culturais

A CPTM oferece aos seus usuários exposições de obras de arte fixas ou temporárias. É possível ver as atividades nas estações ou mesmo durante a viagem, observando dos trens muros grafitados por artistas. Para inibir o vandalismo, a Companhia desenvolve desde 2001 o Projeto Grafite, que no último ano permitiu que 140 grafiteiros criassem obras em espaços cedidos pela empresa.

Na área de eventos, freqüentemente são realizados shows, espetáculos de dança e teatro. Somente em 2006 foram 15 exposições, 24 apresentações musicais de diversos tipos, indo do forró ao rock, passando pela música clássica, cinco peças teatrais, cinco espetáculos de dança, além de workshop, capoeira e da intervenção artística no rio Pinheiros, em parceria com o artista Eduardo Srur.

Os índices de vandalismo nas estações de trem foram reduzidos em 46% de 2003 a 2006. Para Tânia Sirugi, responsável pelo Marketing da CPTM, parte da redução pode ser creditada aos programas culturais realizados pela Companhia. “Começamos a trabalhar com o objetivo de fazer que as comunidades lindeiras da CPTM tivessem um olhar diferente com o espaço público para que pudesse se conscientizar que o espaço é deles e que pode ser utilizado para lazer e cultura”, afirma Tânia.

“Devemos destacar todo o trabalho de segurança, mas em especial a aproximação da comunidade realizada pelo programa cultural. Tudo isso contribuiu para a queda do índice”, completa.

As ações são promovidas durante todo o ano e são programadas de acordo com o perfil dos usuários de cada linha. A CPTM já realizou diversos grandes eventos, como o Grito de Carnaval com a escola de samba Mocidade Independente da Zona Leste. Já a Operação Praia Segura deu dicas de segurança para os foliões com destino às praias, no litoral. A empresa iniciou também o projeto Fala Aí Comunidade, que levou à Estação Brás moradores do Grajaú, com quatro shows, desafio de MC’s, exibição de curta metragens, grafitagem e uma exposição fotográfica.

Grupos de axé, forró, samba, reggae, viola sertaneja, hip hop e apresentações de capoeira animaram os usuários em diversas apresentações. Atrações como o Coral da CPTM, a Férrea Jazz Band, a banda The Dorments e a Zambow passaram pelos palcos da Companhia.

Até mesmo dois desfiles foram apresentados, em junho deste ano, com shows de pagode, artistas mirins e com o cantor pop Maurício Manieri, dança do ventre e cortes de cabelo gratuitos. As ações privilegiaram, também, o meio ambiente, com a distribuição para os usuários da Linha F de três mil mudas de plantas cultivadas no viveiro da CPTM no Dia do Meio Ambiente.

Regina Amábile

(I.P.)