Ambiente: Parque Tizo na zona oeste da cidade terá mata atlântica como um de seus atrativos

Parque abrange populações de Osasco e Cotia, que desejam manter as características ambientais do local

qua, 28/06/2006 - 20h08 | Do Portal do Governo

A Mata Atlântica é um dos atrativos do Parque Urbano Fazenda Tito Tizo. O nome Tizo é a abreviação de Terras Institucionais da Zona Oeste. Criado em 27 de março de 2006, pelo Decreto Estadual nº 50.597, a área tem 1,3 milhão de metros quadrados. Desses, cerca de 300 mil metros quadrados (que já se encontram degradados) foram objeto de área de empréstimo para obras do Rodoanel e, agora, serão ocupados para a instalação de infra-estrutura administrativa e de lazer. Fica na região oeste da cidade de São Paulo e abrange os municípios de Osasco e Cotia, próximo às divisas de Taboão da Serra e Embu. O parque está situado no quilômetro 19,5 do entroncamento da Rodovia Raposo Tavares e do Rodoanel Metropolitano.

De acordo com a arquiteta Ana Lúcia de Faria Burjato, do Departamento de Projetos da Paisagem (DPP), da Secretaria do Meio Ambiente, o parque tem várias nascentes, uma rica flora (com remanescentes da mata atlântica) e uma pequena população de animais (veados, capivaras, tatus, entre outros). A flora e a fauna são de significativa importância para a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo.

O parque será aberto à população para caminhadas e trilhas. A arquiteta informou que, em consulta realizada com a população, ficaram constatados a preocupação e o interesse pelos aspectos ambientais e de conservação da natureza no caso desse parque. “Para atender à demanda de atividades esportivas que o parque não comportar, faremos um acordo de gestão compartilhada com a Vila Olímpica, situada em terreno contíguo ao parque, pertencente à Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer,”, informou.

Plano diretor 

Para a construção do parque serão utilizadas técnicas que causam baixo impacto ambiental, como madeira de reflorestamento, reúso da água, aquecedores solares e tratamento de esgoto. Ana Lúcia informou que alunos da pós-graduação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo estão realizando trabalhos sobre sustentabilidade na construção civil e que cederão seus projetos para a concretização da obra. Ainda neste ano serão colocados os gradis e cercas, com características adequadas a cada situação de divisa. A vigilância será reforçada para evitar depredações e invasões, e a infra-estrutura será implantada após a definição do plano diretor para a área.

População participante 

A equipe técnica do DPP quer desenvolver um modelo com a participação intensiva da população. Um encontro, realizado no dia 17 de maio, reuniu mais de 90 representantes da comunidade que discutiram a criação do Parque Tizo e o encaminhamento de propostas.  Os participantes foram divididos em grupos de oito pessoas, sob a coordenação da voluntária e arquiteta Patrícia Akinaga, que falou sobre os seus hábitos de lazer, os dias, horários e a freqüência com que realizam visitas a parques, os atrativos que buscam e outras questões. Os integrantes dessa oficina informaram que em relação aos equipamentos que seriam fundamentais ao parque, as trilhas na mata lideraram a opinião do público, seguida pela criação de viveiros com exposição; produção de espécies da mata atlântica e a construção de um centro de educação ambiental.

Mobilização popular

Outra pesquisa realizada com 204 estudantes do ensino médio da Escola Estadual Oswaldo Walter mostrou que os jovens defendem o caráter ambiental do parque e as atividades que valorizam a natureza e sua preservação. O novo parque terá, também, um conselho de orientação, formado por representantes do Estado, prefeituras e comunidade.  Ana Lúcia explicou que o Parque Tizo será mais que um parque, “pois está servindo de exemplo de como o processo participativo pode influir positivamente na definição do projeto e adicionar valor ao resultado, principalmente por causa da mobilização popular para sua criação”.

Maria Lúcia Zanelli

Da Agência Imprensa Oficial