O Instituto de Biotecnologia (Ibtec) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, recebe neste mês quatro estudantes norte-americanos do Santa Fe College, de Gainsville, na Flórida. Os graduandos realizam estágio em Biotecnologia, por meio do aproveitamento de créditos.
“A presença da delegação internacional mostra o reconhecimento da qualidade dos nossos laboratórios e da investigação científica realizada no instituto”, destaca o coordenador-executivo do Ibtec, professor Celso Luís Marino. “Outro aspecto importante foi a oportunidade que se abriu para a troca de experiências entre os alunos e docentes. O diálogo contribui para o ensino e a pesquisa na universidade”, acrescenta.
Vale destacar que Clay Abraham, Martha Young, Katherine Robinson, Rorie Oglesby são orientados pela professora associada de Biotecnologia do Centro Perry de Tecnologias Emergentes, ligado à instituição da Flórida, Alejandra Maruniak.
Ao longo do estágio, os alunos de graduação aprendem várias aplicações das técnicas moleculares usadas nas diversas áreas de pesquisa desenvolvidas no instituto, através do acesso aos laboratórios de biotecnologia florestal, vírus animal, diagnóstico molecular em veterinária, carcinogênese viral, análises genéticas de doenças infecciosas e o banco de germoplasma vegetal.
Internacionalização
De acordo com o pró-reitor de Pesquisa da Unesp, professor Carlos Graeff, a internacionalização é muito importante para a melhoria do ensino e da pesquisa realizada na universidade. “A troca de experiências com alunos e docentes do exterior enriquece o ambiente acadêmico. Notável neste caso é o fato de alunos norte-americanos estarem estagiando aqui”, ressalta.
“O fluxo mais comum na relação Brasil-Estados Unidos é o de estudantes brasileiros estagiarem em território norte-americano. Este é, portanto, um claro indicador da qualidade da pesquisa e da infraestrutura que o Ibtec oferece, motivo de orgulho para toda a nossa comunidade acadêmica”, acrescenta o pró-reitor de Pesquisa da Unesp.
Os alunos da faculdade estrangeira demonstram entusiasmos com o período de estudos na Unesp. “Nessa jornada, já fiz vários experimentos pela primeira vez depois de ter lido apenas sobre eles em livros didáticos, como a extração de DNA para testar a presença de um vírus específico dentro de suínos e assim saber quais poderiam ser vacinados para prevenir a infecção”, afirma Rorie Oglesby.
“Para um estudante de bacharelado do primeiro semestre, todas essas experiências abrem a mente às possibilidades disponíveis para resolver diferentes tipos de problemas que o mundo enfrenta atualmente. Tem sido mais empolgante e desafiador do que assistir a qualquer aula, palestra em PowerPoint ou ler livros”, completa.
“A pesquisa conduzida aqui é verdadeiramente inovadora e pode ajudar a resolver os problemas atuais do mundo. Todos os professores e alunos do Ibtec não são apenas especialistas em protocolos e técnicas, mas também extremamente acolhedores. Realmente tem sido uma experiência incrível”, comenta Clay Abraham.
Parceria
O estágio é resultado da parceira do Santa Fe College com a Unesp, que começou em 2013, por meio do trabalho das professoras Regiani Zacarias, do Departamento de Línguas Modernas da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp Assis, e Vilma Fuentes, pró-reitora de Internacionalização do Santa Fe College.
O programa foi financiado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os recursos permitiram à docente, ao longo do ano passado, estabelecer contatos com os campus de Botucatu, Araraquara e Assis e fortalecer o intercâmbio entre as duas instituições.
Visitas técnicas foram realizadas por representantes das instituições entre 2016 e 2018. O primeiro contato com a Unesp da docente Alejandra Maruniak, que orienta o grupo de estudantes dos Estados Unidos, foi em 2014, quando representou a faculdade norte-americana no primeiro Programa de Intercâmbio de Professores com a Universidade. Na época, ela sugeriu que fosse criado o estágio internacional “for-credit” de biotecnologia para estudantes de Santa Fe College, que se realiza agora pela primeira vez.
Alejandra Maruniak trabalhou como pesquisadora na Universidade da Flórida antes de ingressar para a equipe do Santa Fe College em 2012. “A oportunidade de estágio internacional no Brasil, país que eu levo sempre perto do coração, permite aos alunos conhecer as aplicações científicas em biotecnologia e, ao mesmo tempo, perceber que não existem fronteiras na ciência. Além disso, temos o conhecimento cultural gerado por essa interação, o que é inesquecível”, avalia.
