Alunos brasileiros adaptam artigo de docente de Oxford para público jovem

Projeto apoiado pela USP permitiu que estudantes do município de Luiz Antônio revisassem conteúdo sobre neurociência

seg, 03/09/2018 - 12h59 | Do Portal do Governo

Douglas Barboza, Luan Bertoloti, Maria Eduarda Jurado e Olavo Caetano Inácio, estudantes do município de Luíz Antônio, no interior paulista, participaram da revisão de um artigo científico publicado em uma revista internacional na área de neurociência.

Os jovens inovaram na iniciativa, pois transformaram o trabalho do pesquisador Andrew Parker, da Universidade de Oxford, em um texto com linguagem acessível para crianças e adolescentes. Foi a partir de um projeto apoiado pela Universidade de São Paulo (USP) que os jovens tiveram a oportunidade de participar da iniciativa.

Até o ano passado, eles foram alunos da Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto, braço educacional do Centro de Terapia Celular da USP, que busca aprimorar a cultura científica nas escolas a partir da interação de alunos e professores com os pesquisadores da Universidade.

Vale destacar que o artigo foi publicado na Frontiers for Young Minds, plataforma on-line que propõe a alunos e cientistas trabalharem juntos para criar textos que sejam precisos e estimulantes.

Convite

Com o conhecimento desenvolvido no projeto, os quatro jovens aceitaram o convite do editor-associado da Frontiers for Young Minds, Guilherme Lucas, para a revisão do artigo em que o autor apresenta os resultados de pesquisa sobre o comportamento do cérebro exposto a diversas opiniões sobre um mesmo tema.

“Os alunos sempre demonstraram interesse por temas relacionados à metodologia científica e conceitos gerais aplicados à pesquisa”, comenta Guilherme Lucas, que é professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Na Casa da Ciência, no laboratório do professor, os jovens desenvolveram um projeto de iniciação científica júnior sobre o sistema nervoso.

Maria Eduarda Jurado explica que os estudantes tiveram receio sobre como completariam a tarefa. “O principal desafio era trabalhar em um artigo redigido em outro idioma, por um especialista  na área de Ciências Naturais. Além disso, precisávamos fazer com que o conteúdo fosse acessível  à sociedade, em geral”, enfatiza a aluna.

O resultado, Fakes and Forgeries in the Brain Scanner, mostra as análises do pesquisador inglês sobre as atividades cerebrais captadas de pessoas enquanto elas observavam um quadro pintado pelo holandês Rembrandt e recebiam diversas opiniões sobre a obra. Durante o escaneamento do cérebro, os cientistas diziam às pessoas que a tela observada era um legítimo ou um falso Rembrandt.

Chamou a atenção do pesquisador a maneira como as pessoas mudam as opiniões e atitudes ao receberem opiniões diferentes sobre a mesma obra de arte e, também, o que acontece fisicamente com os cérebros quando sua opinião é alterada por novas informações.